Governo reforça distribuição de vacina contra febre amarela
26 de janeiro de 2017Diante do surto de febre amarela, o Ministério da Saúde decidiu reforçar a distribuição da vacina contra a doença em 11,5 milhões de doses. Este ano, 5,5 milhões de vacinas já foram repassadas aos estados.
Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, em anos em que não houve surto foram distribuídas entre 800 mil e 1 milhão de doses em todo o país.
Com 70 casos confirmados, o número de infectados pela febre amarela no Brasil em 2017 já ultrapassou em menos de um mês os casos registrados na última grande ocorrência da doença no país, entre 2007 e 2008, quando 48 pessoas foram contaminadas pelo vírus.
Em 2007, a doença se alastrou por nove estados, incluindo os da região Sul. Este ano, o surto está concentrado em Minas Gerais, com casos registrados também na Bahia, em São Paulo e no Espírito Santo.
Das 11,5 milhões de doses adicionais da vacina, 6 milhões serão entregues nos próximos dias e 5,5 milhões serão distribuídos conforme a necessidade dos estados. Minas Gerais, que concentra o maior número de casos e de mortes pela doença, recebeu pelo menos 2,9 milhões de doses. A estratégia do governo federal é bloquear o avanço da doença vacinando a população das regiões vizinhas ao estado mineiro.
O Espírito Santo, que não estava incluído na área de recomendação da vacina, passou a ter 37 municípios com indicação para a imunização depois de registrar 22 casos suspeitos de febre amarela. O Rio de Janeiro não registrou casos de febre amarela em 2017, mas, por fazer divisa com Minas Gerais, passou a ter 14 municípios na área de recomendação da vacina.
Este é o pior surto de febre amarela da história do estado mineiro. Oficialmente 38 pessoas morreram, mas o número de mortes suspeitas de relação com a doença está próximo de cem. Minas Gerais, ao lado de mais 18 estados, está rotineiramente na lista de áreas onde a população deve se imunizar, independentemente de surtos.
O esquema vacinal da febre amarela é de duas doses, tanto para adultos quanto para crianças. As crianças devem receber as vacinas aos 9 meses e aos 4 anos. Assim, a proteção está garantida para o resto da vida. Para quem não tomou as doses na infância, a orientação é tomar uma dose e um reforço dez anos depois da primeira. As orientações são apenas para as pessoas que vivem em áreas de recomendação da vacina ou viajem para lá.
PV/abr/ots