Governo sírio ameaça usar armas químicas se houver intervenção
23 de julho de 2012O governo da Síria ameaçou nesta segunda-feira (23/07) usar armas químicas ou biológicas em caso de intervenção externa. É a primeira vez que o país reconhece ter esse tipo de armamento.
O porta-voz do Ministério do Exterior, Jihad Makdissi, disse que as armas não seriam usadas contra a população do país. "Nenhuma arma química ou biológica será usada, repito, jamais será usada durante a crise na Síria, sejam quais forem os desenvolvimentos", disse o porta-voz.
"Todas essas armas estão armazenadas e seguras, sob supervisão direta das forças armadas sírias, e só serão usadas se a Síria for exposta a uma agressão externa", acrescentou. Israel já expressou o temor de que essas armas caiam nas mãos de grupos inimigos e não excluiu uma intervenção militar para impedir que isso aconteça.
O temor de que as armas químicas e biológicas da Síria caiam nas mãos erradas cresce à medida que o regime do presidente Bashar al-Assad começa a dar sinais de enfraquecimento. Na semana passada, um atentado atingiu o núcleo do regime, causando a morte de um cunhado do presidente, do Ministro da Defesa e outras pessoas do alto escalão da segurança síria.
O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, disse que a ameaça feita pela Síria é "monstruosa" e evidencia, mais uma vez, a falta de humanidade do regime Assad.
Mais sanções
Em Bruxelas, os ministros do Exterior da União Europeia (UE) acrescentaram novos nomes à lista de pessoas sujeitas a medidas restritivas, incluindo militares e responsáveis pelos serviços secretos e de segurança da Síria, envolvidos com a repressão da população civil.
Os ministros também reforçaram o embargo à venda de armas para a Síria, apelando a todos os países para que se abstenham de fornecer armas ao país e manifestando preocupação quanto ao potencial uso de armas químicas.
O embargo à vendas de armas para a Síria foi adotado em maio de 2011. Agora o bloco endureceu a medida, obrigando todos os membros da UE a inspecionar navios e aviões com destino ao país sempre que houver suspeita de carregamento de armas.
AS/ap/rtr/afp/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer