Grécia ganha mais dois anos para fazer ajustes financeiros
13 de novembro de 2012Os credores internacionais da Grécia concordaram nesta segunda-feira (12/11) em conceder ao país mais dois anos para fazer os ajustes necessários às suas finanças, mas não deram o aguardado sinal positivo para liberar a próxima parcela da ajuda financeira ao país, de 31 bilhões de euros. A decisão deverá demorar ao menos mais uma semana.
"O Eurogrupo reconhece os consideráveis esforços já feitos pelos cidadãos gregos e está convencido de que a continuação das reformas fiscal e estrutural vai – depois de mais um ano difícil – permitir à economia retornar a um caminho de crescimento sustentável", declararam os ministros da zona do euro em comunicado divulgado em Bruxelas, depois da reunião, da qual participaram também representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Originalmente, o governo grego deveria obter um superávit primário de 4,5% até 2014, mas uma recessão "mais profunda que o esperado" obrigaria a um corte de 20,7 bilhões de euros, em vez dos 11,5 bilhões de euros planejados. Diante desse problema, especialistas da troica de credores internacionais – formada por Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu (BCE) – recomendaram instituir 2016 como data-limite.
"Concluímos que que as metas fiscais revisadas, como solicitado pelo governo grego e apoiado pela troica, seria um ajuste apropriado para o caminho futuro de consolidação fiscal", declarou o chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
Juncker disse que a mudança provavelmente iria se aplicar à carga tributária grega. O país teria até 2022 para reduzir sua dívida a 120% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o valor deverá chegar a quase 190%. Para a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, os gregos devem alcançar o patamar de 120% já em 2020. "Claramente temos pontos de vista divergentes", concluiu.
RO/rtr/dpa
Revisão: Alexandre Schossler