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Grécia nega extradição de militares turcos

26 de janeiro de 2017

Foragidos desde a tentativa de golpe de Estado, oito oficiais do Exército turco alegam que não receberiam um julgamento justo em seu país. Ancara emite mandado de captura.

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Ex-militares turcos perante tribunal na Grécia
Foto: Getty Images/AFP/A. Tzortzinis

A Suprema Corte da Grécia negou, nesta quinta-feira (26/01), a extradição de oito militares turcos foragidos desde a tentativa fracassada de golpe de Estado do ano passado e acusados por Ancara de golpistas. Em resposta à decisão grega, autoridades turcas emitiram um mandado de captura para os oito militares.  

A Suprema Corte aceitou os argumentos da defesa, que afirmou que os militares não terão um julgamento justo garantido na Turquia e poderiam ser alvos de tortura e até perder suas vidas. A Suprema Corte pediu a libertação imediata dos oito presos – dois comandantes, quatro capitães e dois sargentos.

A decisão sobre o destino dos militares era esperada na segunda-feira, mas a audiência foi adiada porque um dos juízes da Suprema Corte ficou doente.

Os promotores gregos solicitaram que os militares não fossem extraditados, uma postura defendida por vários juristas na Grécia, assim como associações de defesa dos direitos humanos. Já a Turquia exigiu insistentemente a extradição dos oito militares, tema que prejudicou as já delicadas relações diplomáticas entre os governos dos dois países.

Ancara classificou os suspeitos de "terroristas", e o caso é complicado para Atenas, que trabalha com a Turquia – sua aliada na Otan – para travar o fluxo de migrantes que cruzam seu território em direção à Europa ocidental.

Os militares fugiram da Turquia na manhã de 16 de julho, no dia seguinte à tentativa de golpe de Estado. Eles usaram um helicóptero para chegar à cidade grega de Alexandrópolis, onde solicitaram asilo político, que foi rejeitado. Porém, recursos desta decisão estão sob análise.

Após serem presos pelas autoridades gregas, os oito acusados não só negaram ter participado da tentativa de golpe, mas também garantiram que só souberam do levante por meio de familiares. Durante o julgamento, eles afirmaram que decidiram fugir por medo de represálias contra militares quando o governo turco retomou o controle da situação. Eles alegam que as suas vidas estão em perigo, depois que familiares foram despedidos e os seus passaportes confiscados.

Desde o golpe fracassado na Turquia, muitos militares pediram asilo em outros países da Otan. As autoridades turcas detiveram milhares de pessoas desde julho, e milhares perderam seus empregos – em particular, jornalistas, professores e polícias – devido a alegadas ligações ao movimento do teólogo muçulmano Fethullah Gülen, exilado nos EUA e acusado de orquestrar o golpe.

PV/efe/lusa/dpa/afp/rtr