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Graça Foster deixará comando da Petrobras

4 de fevereiro de 2015

Segundo agência de notícias Reuters e jornais brasileiros, a presidente Dilma Rousseff já teria acertado a saída de toda a diretoria da estatal. A decisão, no entanto, ainda não foi oficializada pelo Palácio do Planalto.

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Foto: Pedro Ladeira/AFP/Getty Images

A presidente Dilma Rousseff se reuniu com a presidente da Petrobras, Graça Foster, nesta terça-feira (03/02), no Palácio do Planalto. Segundo a agência de notícias Reuters, que citou uma fonte do governo, e os jornais Folha de São Paulo e O Globo, Dilma acertou a saída de toda a diretoria da Petrobras. Graça Foster e os diretores da companhia petrolífera estatal deixarão seus cargos em março, após a apresentação do balanço financeiro da Petrobras referente a 2014.

A decisão, no entanto, ainda não foi oficializada pelo Palácio do Planalto. O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Thomas Traumann, disse apenas que "a saída de Graça [Foster] da Petrobras não foi tratada na reunião". A própria Foster deixou o encontro sem falar com a imprensa.

Segundo a Reuters, uma fonte do governo, na condição de anonimato, disse que Dilma busca definir um nome para ocupar a chefia da Petrobras ainda em fevereiro. O perfil procurado é de um executivo que, preferencialmente, esteja ligado ao setor do petróleo. Ainda de acordo com a fonte, o governo pretende realizar mudanças também na diretoria da estatal.

As especulações sobre mudanças na cúpula da Petrobras repercutiram positivamente no mercado. As ações da estatal registraram a maior alta diária desde setembro de 1998. Os papéis da Petrobras fecharam o pregão desta terça-feira com alta de 15,47%. Desta forma, a companhia recuperou aproximadamente 16,5 bilhões de reais em valor na Bolsa.

Aécio: Dilma não terá mais a amiga para "limpar a cena do crime"

Ao comentar a possível demissão de Foster da presidência da Petrobras, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que, desta forma, Dilma perde a blindagem no escândalo da Petrobras e não poderá mais contar com a amiga para "limpar a cena do crime".

"A vida da presidente Dilma hoje é muito mais difícil que a de seu adversário. Apesar de ter tido a maioria dos votos na urna, é um governo derrotado. É um governo [...] incapaz de ousar e tomas as medidas necessárias, que quer resolver tudo distribuindo cargos em troca de apoio", analisou o adversário de Dilma na última eleição pela presidência do Brasil.

Delator assume pagamento de 12 milhões de reais em propina

Também nesta terça-feira, o ex-consultor da empresa Toyo Setal, Júlio Gerin de Almeida Camargo, confirmou, em depoimento prestado perante à Justiça Federal, que pagou 12 milhões de reais ao ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque. De acordo com delator, durante a gestão de Duque e do ex-gerente Pedro Barusco, as empreiteiras deveriam pagar 1% dos valores dos contratos com a estatal.

Camargo afirmou ainda que quem não pagasse propina às áreas de Abastecimento, "não teria sucesso e não obteria contratos" com a estatal. "Tinha como regra 1%, mas isso era muito flexível e, muitas vezes, era negociado. Paguei em torno de 12 milhões de reais. A maioria dos pagamentos era feita em contas indicadas no exterior e outra parte em reais, no Brasil", disse Camargo.

Deflagrada no dia 17 de março, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal investigou um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, que teria movimentado cerca de 10 bilhões de reais. O esquema, intermediado pelo doleiro Alberto Yousseff, envolvia pagamento de propina a políticos e funcionários da Petrobras.

Na sétima fase da Operação Lava Jato, em novembro, a Polícia Federal cumpriu uma série de novos mandados de prisão, envolvendo presidentes e diretores de grandes empresas como OAS, Camargo Corrêa Construções, IESA Óleo e Gás, Construtora Queiroz e Galvão e UTC.

PV/ab/rtr