Greve da Lufthansa termina após acordo com sindicato
8 de setembro de 2012Após a maior paralisação da história da Lufthansa, ocorrida nesta sexta-feira (07/09), a companhia aérea alemã voltou a operar normalmente neste sábado. A greve de 24 horas dos tripulantes de cabine foi encerrada à meia-noite, depois que a Lufthansa e a Organização Sindical Independente do Pessoal de Cabine da Alemanha (UFO, sigla em alemão) chegaram a um acordo sobre um processo de arbitragem.
Até a noite desta sexta-feira, cerca de metade dos 1.800 voos da maior companhia aérea alemã foram cancelados, e mais de 100 mil passageiros afetados. Ainda na quinta-feira, 20 voos planejados para sábado já haviam sido suspensos por precaução.
Após o acordo entre empresa e sindicato, a Lufthansa e seus clientes não precisam temer novas greves por enquanto. Neste sábado teve início o período de trégua obrigatório, válido até que uma sentença arbitral seja aceita ou negada.
De acordo com um porta-voz da companhia aérea, nenhum passageiro precisou passar a noite no aeroporto de Frankfurt, o maior da Alemanha. Quartos de hotéis foram disponibilizados para quem teve o voo adiado para a manhã de sábado, principalmente no caso de destinos internacionais. "Todos esses passageiros já seguiram viagem", informou o porta-voz.
Planos de negociação
Até a próxima quarta-feira, um plano conjunto sobre o processo de arbitragem deverá ser apresentado, disse o porta-voz da Lufthansa. Até lá, ambas as partes combinaram manter o silêncio.
A companhia aérea já havia anunciado nesta sexta-feira que não empregaria mais pessoal de cabine terceirizado em Berlim e que lhes ofereceria empregos permanentes. Esse era um dos principais pontos de reivindicação do sindicato.
Nicoley Baublies, presidente da UFO, ameaçou a Lufthansa com uma nova e extensa greve, caso a arbitragem não chegue a uma solução, informou a revista Focus. Caso a Lufthansa permaneça irredutível, "entraremos em greve a cada quatro dias, a cada 14 dias ou a cada três semanas", disse. O líder garantiu que o sindicato tem reservas suficientes para isso, após coletar contribuições de seus membros durante 20 anos.
Baublies pediu à companhia aérea que examinasse as sugestões apresentadas pelo sindicato para corte de gastos, o que representaria uma economia de 8%, equivalentes a 72 milhões de euros por ano com pessoal.
Além da briga contra a terceirização de trabalhadores, o sindicato reivindica um aumento salarial de 5% em um período de 15 meses. A Lufthansa, por sua vez, ofereceu um aumento de 3,5% em três anos.
LPF/dpa/rtr/dapd/afp
Revisão: Mariana Santos