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Greve dos metalúrgicos atinge Berlim e Brandemburgo

Marion Andrea Strüssmann13 de maio de 2002

Pela primeira vez em 72 anos, metalúrgicos dos estados de Berlim e Brandemburgo aderem à greve por aumento salarial, iniciada há duas semanas pelo sindicato da categoria, IG Metall.

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Logotipo do IG MetallFoto: AP

Embora esses dois estados do leste alemão não concentrem um expressivo número de trabalhadores do setor metalúrgico e elétrico como em outras localidades da Alemanha, a greve iniciada nesta segunda-feira (13) na região tem um valor estratégico e político, devido à proximidade com o centro administrativo do país.

De acordo com o IG Metall, na manhã de hoje, pelo menos 4.500 metalúrgicos cruzaram os braços em sete fábricas espalhadas pelos estados de Berlim e Bramdenburgo.

Na montadora da DaimlerChrysler, em Berlim- Marienfelde, a produção de motores foi interrompida às 6 horas da manhã. Os 1.400 funcionários do turno matutino não compareceram aos seus postos de trabalho.

Já na fábrica de elevadores OTIS, também em Berlim, cerca de 400 trabalhadores participaram da greve de 1 dia. Em Brandemburgo, a fabricante de motores ZF teve suas portas fechadas às 5 da manhã, quando cerca de 500 funcionários aderiram à paralisação.

Greves continuarão-

O IG Metall anunciou o prosseguimento da greve flexível, uma nova tática adotada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, onde não há uma greve geral e sim local, por algumas horas e turnos, sem aviso prévio, para evitar impasses na produção. Até sexta-feira, estima-se que 10 mil trabalhadores de 25 empresas deixarão de trabalhar por 1 dia.

Não se sabe ao certo ainda quanto tempo esta estratégia continuará sendo aplicada, afirmou Hasso Düvel, líder regional do IG Metall. Tudo vai depender da flexibilidade da categoria patronal. Enquanto o sindicato alemão exige um aumento salarial de 6,5% para os 3, 6 milhões de trabalhadores do setor metalúrgico e elétrico, os patrões só querem dar 3,3% e um abono único de 190 euros.

Engano -

"Todos os empresários que acreditam que não teremos fôlego para manter o rodízio de greves no país estão redondamente enganados", alertou Klaus Zwickel, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, nesta segunda-feira, ao participar da segunda paralisação de advertência na frente da fábrica da Ford, em Colônia, quando a produção foi interrompida por 1 hora.

Zwickel salientou que o desapontamento dos trabalhadores é tão grande, que somente um reajuste salarial de 6,5% seria uma proposta coerente para acalmar os ânimos da categoria.

No estado da Renânia do Norte-Vestfália ocorreram hoje outras greves de solidariedade nas cidades de Essen, Unna, Hamm e Duisburg.