Grupo de brasileiros na Venezuela não consegue retornar
19 de dezembro de 2016O Itamaraty afirmou neste domingo (18/12) que cerca de 50 pessoas procuraram o consulado brasileiro na cidade venezuelana de Santa Elena de Uiarén, próxima à fronteira, em busca de ajuda para conseguir voltar ao Brasil.
No sábado, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciara a prorrogação do fechamento temporário das fronteiras de seu país com o Brasil e a Colômbia até o dia 2 de janeiro, com a justificativa de evitar uma fuga de divisas.
Milhares de venezuelanos estão impedidos de receber seus salários, pagos quinzenalmente no país, devido à falta de notas nos bancos.
Segundo o vice-cônsul brasileiro em Santa Elena de Uiarén, Claudio Bezerra, cerca de cem brasileiros estão nesta cidade venezuelana próxima à fronteira com o estado de Roraima, sem conseguir retornar ao Brasil.
"Eles estão preocupados, pois estão sem dinheiro, não há moedas circulando, e eles não têm comida", disse Bezerra. O Ministério das Relações Exteriores informou que estão sendo "realizadas gestões com vistas a buscar uma solução para o caso dos brasileiros que desejem retornar ao Brasil".
Novas cédulas chegam ao país
No sábado, Maduro anunciou a extensão da vigência da nota de 100 bolívares, que, como anunciara o governo no domingo anterior, deveria ser retirada de circulação na quinta-feira passada. A medida havia gerado revolta na população, resultando em protestos e saques.
Um avião carregado de novas cédulas chegou à Venezuela neste domingo, o que deverá aliviar ao menos parcialmente a falta de moeda corrente.
O presidente do Banco Central venezuelano, José Khan, informou que, no total, chegaram 13,5 milhões de notas de 500 bolívares – as cédulas de valor mais baixo dentro da nova estrutura monetária venezuelana, que conta ainda com notas de mil, 2 mil, 5 mil, 10 mil e 20 mil bolívares. Segundo Khan, outros 60 milhões de novas cédulas devem chegar ainda este mês.
Maduro acusou o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos por atrasar a entrega. "As notas de 500 bolívares deveriam ter chegado na quinta-feira, mas chegaram neste domingo. Como não podiam nos deter, nos deixaram 4 dias em atraso."
"Notas de mil, 2 mil, 20 mil e mais outras de 500 ainda chegarão. Iremos acumulá-las e, quando as liberarmos, estaremos completando nossa política monetária", afirmou o presidente.
RC/dpa/afp