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Grupo de juristas processa Trump por violar Constituição

23 de janeiro de 2017

Grupo de vigilância jurídica apresenta ação federal na qual acusa presidente dos EUA de violar a proibição de receber dinheiro de governos estrangeiros. Advogados citam pagamentos em hotéis e campos de golfe do magnata.

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Presidente dos EUA, Donald Trump
Foto: Picture-Alliance/dpa/A. Harnik

Um grupo de vigilância jurídica, que inclui acadêmicos constitucionais e advogados de ética, apresentou uma ação federal contra o presidente dos EUA, Donald Trump, nesta segunda-feira (23/01), alegando que ele está violando uma proibição constitucional de aceitar pagamentos de governos estrangeiros.

A ação está sendo conduzida pelo grupo Cidadãos pela Responsabilidade e Ética em Washington (Crew, na sigla em inglês), incluindo Richard Painter, um ex-advogado de ética do presidente republicano George W. Bush, e Norman Eisen, que teve o mesmo papel no governo Barack Obama.

Segundo a ação, o recém-empossado presidente dos EUA violou a cláusula antissuborno prevista na Constituição americana, porque suas propriedades comerciais no exterior operam parcialmente com base na boa vontade de governos e reguladores estrangeiros. A Constituição dos EUA afirma que nenhuma autoridade federal pode receber um presente ou "gratificação" de um governo estrangeiro.

"Não queríamos chegar a este ponto", disse o diretor-executivo do Crew, Noah Bookbinder, em comunicado publicado no domingo. "Era nossa esperança que o presidente Trump tomasse as medidas necessárias para evitar violar a Constituição antes de assumir o cargo. Fomos forçados a tomar medidas legais."

O grupo citou pagamentos de hóspedes em seus hotéis e campos de golfe, além de empréstimos para seus prédios fornecidos por bancos estrangeiros estatais e espaços alugados em suas propriedades por governos estrangeiros como exemplos de "obter dinheiro e favores". O Crew – um grupo sem fins lucrativos – comunicou que não busca compensação financeira.

O diretor de Comunicações Estratégicas da Casa Branca, Hope Hicks, disse que "o presidente não tem conflitos" e citou argumentos da advogada de Trump, Sheri Dillon, emitidos numa conferência de imprensa no início de janeiro.

Dillon afirmou que os autores da Constituição não pretendiam que a proibição constitucional fosse aplicada em trocas de valor justo, como pagar por um quarto de hotel ou espaço alugado num hotel. "Ninguém pensaria que na Constituição está escrito que pagar sua conta de hotel é uma recompensa", disse Dillon.

Os dois filhos mais velhos de Trumo estão oficialmente em Nova York e administrando a Organização Trump durante o seu mandato como presidente do país. Na época do anúncio, Trump apresentou medidas para tentar acalmar os críticos que afirmaram que seus interesses financeiros entrariam em conflito com suas obrigações como presidente dos EUA.

Ele prometeu, por exemplo, que seu conglomerado não faria mais negócios no exterior. Trump também prometeu doar ao Tesouro dos EUA quaisquer lucros vindos de pagamentos de governos estrangeiros em seus hotéis.

PV/afp/ap/rtr