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Grupo extremista anuncia criação de califado na Síria e no Iraque

30 de junho de 2014

Rebeldes do EIIL afirmam ter criado Estado islâmico nos territórios por eles controlados e exigem a lealdade de todos os muçulmanos. Califado é forma de governo que desapareceu com o fim do Império Otomano.

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Foto: Reuters

Três semanas após o início de sua ofensiva no Iraque, os extremistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) anunciaram neste domingo (29/06) – primeiro dia do Ramadã – a fundação de um califado, exigindo a lealdade de todos os muçulmanos e reduzindo o nome do grupo para Estado Islâmico.

A organização radical sunita anunciou a medida num comunicado divulgado na internet através de mensagem de áudio. O califado se estenderia aos territórios conquistados na Síria e no Iraque, e seu líder, Abu Bakr al-Bagdadi, foi nomeado califa, o que o tornaria, assim, "líder de todos os muçulmanos".

O califado − forma de governo islâmico desaparecida há quase cem anos, com o fim do Império Otomano − se estenderá da região de Aleppo, no norte da Síria, à região de Diyala, no Iraque oriental, segundo afirmou na mensagem de áudio o porta-voz do EIIL, Abu Mohammed al-Adnani, referindo-se às áreas tomadas em ambos os países pelos extremistas nas últimas semanas e meses.

"Sonho de todo muçulmano"

Adnani disse que o estabelecimento do califado fora decidido numa reunião da Shura (conselho) da organização. Segundo ele, o grupo passa a se chamar apenas Estado Islâmico e não mais Estado Islâmico do Iraque e do Levante. O califado, de acordo com ele, é "o sonho de todo muçulmano" e "o desejo de todos os jihadistas". O atual líder do EIIL passa a se chamar califa Ibrahim, e o grupo recomenda que todos os muçulmanos o obedeçam.

O EIIL luta no Iraque e na Síria pelo estabelecimento de um Estado islâmico com rigorosas regras religiosas. Com a criação de um califado, o grupo dá sinais de almejar metas mais ambiciosas.

A organização era um ramo da Al Qaeda, mas se tornou uma dissidência ainda mais radical e agora parece desafiar a rede terrorista.

Ofensiva contra Tikrit

No domingo, as forças iraquianas prosseguiram com sua grande ofensiva lançada no dia anterior contra posições do EIIL em Tikrit − cidade natal de Saddam Hussein −, com numerosos ataques aéreos. Segundo testemunhas, vários distritos, assim como um antigo palácio do ditador deposto, foram atacados.

Soldados iraquianos também atacaram no domingo a cidade de Bashir, a sudoeste de Kirkuk, habitada predominantemente por xiitas e que fora invadida por guerrilheiros do EIIL. As tropas do governo foram ajudadas por soldados curdos, de acordo com informações oficiais. Para apoiar o Exército iraquiano, a Rússia forneceu ao Iraque no fim de semana cinco caças do tipo Sukhoi.

Na semana passada, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, informou que o país entrou em acordo com a Rússia e Bielorrússia sobre a compra de mais de uma dúzia de caças. O valor total do negócio chegou a quase 500 milhões de dólares.

MD/afp/rtr/dpa