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Grécia e Macedônia encerram 27 anos de disputa

17 de junho de 2018

Países assinam acordo para alterar nome da ex-república iugoslava, que passará a se chamar República da Macedônia do Norte. Atenas se compromete a retirar veto à adesão dos macedônios à UE e à Otan.

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Premiês macedônio, Zozab Zaev, e grego, Alexis Tsipras: "acordo histórico"
Premiês macedônio, Zozab Zaev, e grego, Alexis Tsipras: "acordo histórico"Foto: Reuters/A. Konstantinidis

Os ministros do Exterior de Grécia, Nikos Kotzias, e Macedônia, Nikola Dimitrov, assinaram neste domingo (17/06) um acordo histórico para alterar o nome da ex-república iugoslava, que passará a ser chamada de República da Macedônia do Norte. O documento abre ao país o caminho para adesão à União Europeia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Realizada à margem do lago fronteiriço de Prespes, a cerimônia teve a participação também dos primeiros-ministros grego, Alexis Zipras, e macedônio, Zoran Zaev, além do negociador da ONU Matthew Nimetz e da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

 "Cumprimos hoje o nosso dever patriótico”, afirmou Tsipras, classificando o acordo de "passo histórico para fechar as feridas do passado, para abrir o caminho para a cooperação dos dois países, dos Balcãs e de toda a Europa".

O tratado, que deve entrar em vigor dentro de seis meses, coloca um fim a uma disputa de 27 anos. Com o acordo, a Grécia se compromete a retirar seu veto à entrada da Macedônia na UE e na Otan.

Atenas era contra a utilização do nome Macedônia pelo país, temendo que isso poderia levar a nação vizinha a reivindicar o território de mesmo nome localizado no norte da Grécia. A ex-república iugoslava, por sua vez, tem aspirações de entrar na UE e na Otan, o que vinha sendo dificultado pelo veto da Grécia, membro das duas organizações.

No lado macedônio, o acordo deve ainda ser ratificado pelo Parlamento, aprovado por referendo e incluído numa emenda constitucional. O texto será em seguida submetido à ratificação do Parlamento grego.

Entretanto, ainda há resistência ao acordo. Os conservadores da oposição grega alegam que o socialista Tsipras não tem autoridade para assinar tal tratado com a Macedônia. Na noite do sábado, o chefe de governo grego conseguiu superar uma moção de confiança convocada pelos conservadores no Parlamento.

Dezenas de nacionalistas gregos e macedônios protestaram neste domingo em ambos os lados da fronteira no momento em que o acordo era assinado. Na noite anterior, a polícia grega usou spray de pimenta para controlar dezenas de manifestantes que ameaçaram invadir o Parlamento em Atenas.

MD/lusa/dpa

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