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Guaidó convoca mobilização para ajuda humanitária

17 de fevereiro de 2019

Autoproclamado presidente interino da Venezuela insta manifestações para apoiar entrada de ajuda aos venezuelanos. De acordo com líder da oposição, 600 mil pessoas inscreveram-se para participar na entrega.

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Foto de líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó
Juan Guaidó fala a milhares de voluntários e convoca mobilizaçõesFoto: Reuters/A. Martinez Casares

O autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, apelou neste sábado (16/02) para que sejam realizadas novas manifestações em 23 de fevereiro, desta vez para apoiar os voluntários dispostos a encaminhar a ajuda humanitária para a Venezuela.

"Não será somente na fronteira onde estará o movimento voluntário (brigadas de colaboradores), em todas as cidades do país haverá manifestações em 23 de fevereiro para esperar a ajuda entrar", anunciou o líder da oposição.

Milhares de simpatizantes de Guaidó, vestindo camisetas brancas e bonés com as cores da bandeira da Venezuela, reuniram-se em Los Cortijos, no nordeste de Caracas, para se inscreverem nas listas de voluntários prontos a participar na entrega de ajuda ao país.

Guaidó indicou que as "caravanas" de voluntários não se concentram unicamente na vila fronteiriça colombiana de Cúcuta, mas também junto à fronteira com o Brasil, onde estão instalados dois centros de armazenamento, e ao ponto de chegada da assistência que será enviada da ilha de Curaçao.

"Todo o país estará mobilizado [...] para dizer ao mundo que permaneceremos na rua até o fim da usurpação, até que seja estabelecido um governo de transição e realizadas eleições livres", afirmou Guaidó perante os milhares de simpatizantes.

De acordo com o líder da oposição, 600 mil pessoas inscreveram-se para participar na entrega da ajuda humanitária ao país. Alimentos e medicamentos enviados pelos Estados Unidos, em resposta ao apelo de Guaidó, foram armazenados em Cúcuta desde 7 de fevereiro, mas a sua entrada foi bloqueada pelo governo em Caracas.

Novas dezenas de toneladas chegaram neste domingo, e se adicionam às 2,5 toneladas embarcadas na sexta-feira de Porto Rico.

Reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino do país, inclusive pelo Brasil, o líder do Parlamento venezuelano, a única instituição do país nas mãos da oposição, reiterou o seu apelo aos militares para permitir a entrada da ajuda humanitária.

A Venezuela vive grande instabilidade política desde 10 de janeiro passado, quando Maduro tomou posse após eleições que não foram reconhecidas como legítimas pela maioria da comunidade internacional.

A crise política agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou assumir os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do Parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada por Washington.

Essa crise política soma-se a uma grave crise econômica e social, que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

CA/lusa/afp/efe

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