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Clinton entrega servidor privado ao Departamento de Justiça

12 de agosto de 2015

Pré-candidata democrata à presidência dos EUA autoriza também envio de cópias digitais de e-mails enviados e recebidos através de conta privada quando era secretária de Estado. FBI investiga se houve vazamento.

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Foto: Reuters/K. Lamarque

A pré-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, cedeu e instruiu seu advogado a entregar o servidor de sua conta privada de e-mail ao Departamento de Justiça. O uso de um servidor de e-mail privado para correspondências diplomáticas quando era secretária de Estado recebeu duras críticas de adversários políticos.

O porta-voz de Clinton, Nick Merrill, confirmou que a pré-candidata democrata também instruiu sua equipe a entregar à Justiça um pen drive contendo cópias de e-mails enviados e recebidos de um endereço pessoal através desse servidor.

A notícia de que Clinton usou sua conta privada de e-mail – vinculada a um servidor em sua casa em Nova York – para o trabalho como responsável pela política externa dos EUA veio à tona em março e gerou críticas de adversários políticos, que a acusaram de contornar leis de transparência e de manutenção de registros. Anteriormente, a ex-secretária de Estado havia recusado as demandas de críticos republicanos para entregar o servidor a terceiros.

Uma autoridade dos EUA informada sobre o assunto – mas que não está autorizada a falar publicamente – disse que o advogado de Clinton, David Kendall, entregou três pen drives contendo cópias de cerca de 30 mil e-mails, depois de o FBI ter determinado que ele não poderia permanecer em posse de informações classificadas como sigilosas em algumas das mensagens. Anteriormente, o Departamento de Estado havia dito estar confortável com o fato de Kendall manter os e-mails em seu escritório em Washington.

O FBI está averiguando a segurança da conta privada de e-mail de Clinton. Não há nenhuma evidência de que ela teria usado a criptografia para proteger as correspondências de serviços de inteligência estrangeiros ou outros interessados.

Dois e-mails ultra-secretos

O caso dos e-mails se transformou num escândalo quando o senador republicano de Iowa, Chuck Grassley, anunciou, em março, que dois e-mails que passaram pela conta pessoal de Clinton estavam categorizados numa das classificações mais altas de sigilo do governo americano.

Estes dois e-mails estavam entre quatro correspondências que tinham sido previamente considerados sigilosos no momento em que foram enviados, algo que Clinton negou. O Departamento de Estado contesta que os e-mails eram sigilosos na época, porém anunciou que a inteligência americana recomendou que parte de dois e-mails fossem elevadas ao nível ultra-secreto.

No início deste ano, Clinton tinha entregado ao Departamento de Estado cerca de 50 mil páginas de e-mails enviados e recebidos através de seu servidor privado. O Departamento está analisando os e-mails e iniciou o processo de liberá-los à opinião pública, quando Hillary Clinton começou a campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2016.

PV/ap/rtr