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Holanda está de luto pela tragédia com avião da Malaysia Airlines

18 de julho de 2014

Ao menos 189 holandeses morreram na queda de um avião comercial sobre a Ucrânia, no segundo maior desastre aéreo com cidadãos do país na história.

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Familiares depositam flores noa aeroporto de Schiphol, em AmsterdãFoto: Reuters

Familiares perplexos, muitos deles em estado de choque, das quase 190 vítimas holandesas da queda do avião da Malaysia Airlines, na Ucrânia, exigem agora uma investigação exaustiva do incidente, que matou 298 pessoas.

O país acordou com bandeiras a meio-mastro nesta sexta-feira (18/07), enquanto familiares e amigos eram confrontados com a perda de ao menos 189 passageiros holandeses na tragédia, segundo os números divulgados pela Malaysia Airlines.

"Espero que exista uma investigação exaustiva pelas autoridades sobre o que aconteceu", afirmou à agência de notícias AFP Sander Essers, que perdeu o irmão Peter, de 66 anos, a cunhada, Jolette, de 60, e dois sobrinhos, Emma, de 20 anos, e Valentijn, de 17, na queda. Essers descreveu o irmão, um aposentado que havia trabalhado na indústria de telecomunicações na Holanda, como um "homem que ainda tinha grandes planos".

Também estava a bordo daquele que se tornou o segundo maior desastre aéreo com holandeses o pesquisador Joep Lange, ex-presidente da Sociedade Internacional da Aids, que, tal como outros cerca de cem passageiros, viajava para Melbourne para participar de uma conferência internacional sobre a doença.

MH17 Trauer in den Niederlanden
Bandeiras holandesas amanheceram a meio-mastro, como esta na Embaixada da Holanda em MoscouFoto: Reuters

Nesta sexta-feira, mais de cem familiares das vítimas aguardavam por notícias no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã. Muitos deles receberam assistência psicológica num hotel, afastados da imprensa, e também foram mantidos informados sobre os últimos acontecimentos.

O governo preferiu não se manifestar sobre as causas da tragédia, bem como sobre possíveis culpados. Ainda nesta sexta-feira, equipes de especialistas holandeses viajam à Ucrânia para auxiliar nas investigações e na identificação dos mortos.

Muitos outros ficaram chocados com notícia de que o avião da Malaysia Airlines em que seguiam seus familiares e amigos tinha caído apenas quatro meses após um voo da mesma companhia ter desaparecido sobre o Oceano Índico, com 239 pessoas a bordo.

A queda resultou na segunda maior perda de vidas holandesas num desastre de avião, atrás de uma colisão entre dois Boeing 747 sobre a ilha de Tenerife, nas Canárias, em 1977, na qual morreram 238 cidadãos da Holanda.

Em 2010, um Airbus A330 caiu em Tripoli, a capital da Líbia, matando 103 pessoas, incluindo 70 holandeses. O único sobrevivente desse desastre foi um holandês de 9 anos.

AS/lusa/dpa/afp