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Homossexualidade é tema de mostra em Berlim

Marco Sanchez, de Berlim26 de junho de 2015

Exposição dividida entre Museu Histórico Alemão e Museu Gay aborda aspectos históricos, políticos e sociais das relações entre pessoas do mesmo sexo nos últimos 150 anos, da repressão à emancipação.

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Foto: Heather Cassils and Robin Black 2011

Sair do armário e entrar para a história. A exposição em Berlim Homosexualität_en (Homossexualidade_s) é uma grande retrospectiva dos últimos 150 anos de história, política e cultura homossexual na Alemanha e no mundo.

Em cartaz no Museu Histórico Alemão (Deutsches Historisches Museum) e no Museu Gay (Schwules Museum), a mostra aborda diferentes esferas da homossexualidade através de documentos, objetos e obras de artistas como Andy Warhol, Louise Bourgeois, Lee Lozano e Lotte Laserstein.

A mostra acompanha o processo gradual de emancipação, de meados do século 18 até os dias de hoje. "Muitos dos temas que acompanharam a luta homossexual nesses 150 anos continuam atuais. Queríamos criar a oportunidade de colocar essas discussões no centro da sociedade", diz Alexander Koch, presidente do Museu Histórico Alemão.

"Os homossexuais não são um nicho, mas uma parte da sociedade. Com essa retrospectiva, queríamos falar de pluralidade e não focar apenas no homem e na mulher homossexual, mas em todas as possibilidades de relações", afirma Isabel Pfeiffer-Poensgen, da fundação Kulturstiftung der Länder, que apoiou a mostra.

Pfingstdemonstration Berlin, 1973
Manifestação em Berlim em 1973 é lembrada no Museu GayFoto: Schwules Museum*, Berlin

Exclusão sexual

Dividida em dez partes nos dois museus, Homosexualität_en expõe como a atração sexual pelo mesmo sexo e diferentes identidades de gênero foram criminalizadas pela lei, patologizadas pela medicina e excluídas pela sociedade.

Entre os documentos históricos exibidos está uma cópia do Constitutio Criminalis Carolina, documento de meados do século 16 que prevê "morte na fogueira" para atos sexuais entre homens e mulheres "contra a natureza".

A primeira parte da mostra é de ruptura. Depoimentos em vídeo mostram como livros, discos, imagens e objetos do cotidiano foram importantes na emancipação dos entrevistados, criando empatia com os visitantes.

O caráter provocativo da mostra fica evidente num ABC da homossexualidade criado pelos curadores, onde termos como "dildo", couro e "glory hole" dividem o espaço e importância com censura, casamento e [a opressão da] Stasi.

Tür mit "Glory Hole" aus einer Berliner "Klappe"
Porta com "glory hole" é uma das peças mais ousadas da mostraFoto: Schwules Museum*, Berlin

A mostra no Museu Histórico Alemão ainda mergulha fundo no histórico de repressão ao citar o parágrafo 175 do Código Penal alemão, que considerou a homossexualidade um crime entre 1872 e 1994. Dando um salto para os dias de hoje, mapas mostram as condições atuais dos homossexuais mundo afora.

Expressão contemporânea

No Museu Gay, reflexões sobre o presente e o futuro da homossexualidade e da diversidade de gênero são os temas principais. Uma seleção de obras de artistas contemporâneos internacionais – com vídeos, instalações, fotografias e pinturas – aborda aspectos como relações de gênero, sexualidade, internet, convenções e transgressões sociais.

"Essa exposição é uma das maneiras de expandir o debate e refletir sobre a liberdade que conquistamos, sem esquecer que na Rússia, África e América ainda há muito preconceito a ser combatido", diz Koch.

A exposição Homosexualität_en está em cartaz no Museu Histórico Alemão (Deutsches Historisches Museum) e o Museu Gay (Schwules Museum) em Berlim até 1º de dezembro de 2015.