Hong Kong confirma mais uma morte durante protestos
15 de novembro de 2019Um homem de 70 anos morreu após ser atingido durante um confronto envolvendo manifestantes antigoverno em Hong Kong, informaram as autoridades locais na noite desta quinta-feira (14/11).
A mídia havia informado que o homem foi atingido na cabeça por um tijolo na quarta-feira em meio a um confronto entre manifestantes e um grupo de moradores da área. A vítima estaria tentando, com outras pessoas, remover as pedras colocadas pelos manifestantes em um bloqueio de rua.
Um comunicado emitido pela autoridade de higiene ambiental de Hong Kong, para a qual a vítima trabalhava como faxineiro, afirma que o homem possivelmente foi atingido durante seu intervalo de almoço por um "objeto contundente", jogado por "manifestantes". A polícia classificou o ocorrido como assassinato.
Em um vídeo do momento do incidente é possível ver manifestantes vestidos com roupas negras atirando pedras e outros objetos contra um outro grupo. O homem é atingido por um objeto e cai no chão.
A violência em Hong Kong aumentou nos últimos dias. Na semana passada, as autoridades confirmaram a morte de um estudante que caiu de um prédio numa área em que ocorriam tumultos entre ativistas e a polícia. As circunstâncias da morte não foram esclarecidas, enquanto ativistas responsabilizam agentes da polícia.
Na segunda-feira, um policial atirou à queima-roupa contra um jovem manifestante, ferindo-o gravemente na barriga. O rapaz está hospitalizado, e seu estado de saúde apresenta melhora.
Na mesma segunda-feira, um ativista radical tocou fogo em um simpatizante do governo durante uma discussão. O homem se encontra em estado crítico, da mesma forma que um adolescente de 15 anos que teria sido atingido na cabeça por um cartucho de gás lacrimogêneo.
Pelo quinto dia consecutivo, protestos eclodiram nesta sexta-feira em várias partes da cidade. Os manifestantes bloquearam várias ruas.
Os protestos antigovernamentais vêm ocorrendo há mais de cinco meses na região administrativa especial chinesa. Os manifestantes criticam, entre outras coisas, a crescente influência da China na antiga colônia britânica. Desde o retorno à China, em 1997, Hong Kong é governada de forma autônoma sobre o princípio "um país, dois sistemas".
Os manifestantes pedem eleições livres, uma investigação independente da violência policial, além de liberdade para os mais de 4 mil presos. Entre as reivindicações está também a renúncia da chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam.
Em Londres, a ministra da Justiça de Hong Kong, Teresa Cheng, foi atacada na rua por um grupo de ativistas e ficou "gravemente ferida", segundo informações de seu governo. Ela visitou a capital britânica para participar de negociações comerciais. Segundo relatos da mídia, a ministra foi xingada de assassina pelos agressores.
Devido aos protestos e à guerra comercial entre China e EUA, o governo de Hong Kong acredita que a cidade será afetada por uma profunda recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) deve cair 1,3% em 2019, disseram as autoridades, o que seria a primeira retração econômica anual do território em dez anos. Até então, o governo previa uma queda de 0,1%.
MD/ap/rtr/dpa/efe
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