Hungria faz exercícios militares em meio a crise migratória
10 de setembro de 2015O chefe do Estado-Maior da Hungria, general Tibor Benko, anunciou que o exército iniciou um exercício militar chamado "ação decisiva" na quarta-feira (09/09), com o objetivo de preparar os soldados para uma possível missão na fronteira com a Sérvia, no sul do país.
"Garantir a defesa da Hungria é o nosso trabalho", disse o general ao canal de televisão M1. O exercício acontece em meio a um fluxo recorde de migrantes e refugiados que cruzam a fronteira do país a partir da Sérvia com destino à União Europeia (EU) em busca de asilo.
Muitos fogem de países assolados por guerras no Oriente Médio, África e Ásia, e tentam chegar à Alemanha pela Áustria. A maioria vem da Síria.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, disse que lei para o emprego do Exército não poderão ser aprovadas antes do fim de setembro, mas devem ser esperadas ações para acelerar a construção da cerca na fronteira.
"Todos têm que estar preparados para um trabalho intenso nas próximas semanas", declarou Orban a um jornal húngaro.
Número recorde de "capturas"
O site da polícia húngara divulgou que foram "capturados" 3.321 migrantes nesta quarta-feira – um número recorde. No dia anterior, outros 3,313 refugiados foram apanhados pela polícia.
A resposta da Hungria à crise dos refugiados na Europa vem sendo criticada por organizações que monitoram os direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch e a Anistia Internacional.
Em sua conta no Twitter, o diretor de Emergência da Human Rights Watch, Peter Bouckaert denunciou as condições dos campos de refugiados na Hungria. "As crianças estão morrendo por simples exaustão na fronteira da Hungria. Lembra do Aylan Kurdi?"
Somente neste mês, 22 mil migrantes chegaram à Hungria pela fronteira com a Sérvia.
MP/rtr/afp