Hungria tenta dissuadir refugiados com anúncios em jornais
21 de setembro de 2015O governo da Hungria publicou nesta segunda-feira (21/09) anúncios em jornais libaneses e jordanianos para dissuadir os refugiados sírios assentados nesses países a entrarem em território húngaro. Os anúncios de página inteira, em inglês e árabe, afirmam que quem entra de forma ilegal na Europa pode ser condenado à prisão.
"Os húngaros são hospitaleiros, mas a ação mais severa é adotada contra pessoas que tentam entrar de modo ilegal na Hungria", afirma o anúncio publicado no jornal libanês An-Nahar e no jordaniano Al-Rai. "Não ouça os traficantes de pessoas. A Hungria não permitirá que imigrantes ilegais atravessem seu território."
Uma nova lei entrou em vigor na semana passada na Hungria, punindo a travessia ilegal com até três anos de prisão. A pessoa que for flagrada cortando a cerca construída recentemente pelo país nas fronteiras com a Sérvia e Croácia será punida com até cinco anos de detenção.
O Líbano recebeu cerca de 1,1 milhão de sírios e a Jordânia, aproximadamente 630 mil. Eles fogem da guerra civil que devasta a Síria há quatro anos. Dezenas de milhares de pessoas já cruzaram a Hungria nas últimas semanas em busca de um refúgio em países da Europa Ocidental.
De acordo com informações da ONU, cerca de 450 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar neste ano, e cerca de 2.900 morreram ao tentar fazer a travessia. Muitos deles estão chegar a países como Alemanha e Suécia e têm um árduo caminho até alcançar esse objetivo.
A Hungria fechou suas bordas com a Sérvia na última semana para tentar conter a passagem de refugiados e migrantes em seu território. Este mês, a Dinamarca também colocou anúncios em vários jornais libaneses, alertando os possíveis migrantes sobre as restrições do país escandinavo.
Um total de 348.540 sírios pediram asilo na Europa em julho, de acordo com a agência da ONU para os refugiados (Acnur). Enquanto isso, mais de 4 milhões estão alojados na Turquia, no Líbano, na Jordânia e no Egito.
Outros 7,6 milhões de sírios estão deslocados internamente, o que significa que mais da metade da população do país antes da guerra, de 22,4 milhões, teria sido expulsa de casa por conta do conflito.
FC/dpa/ap/afp/efe