Imagens de satélite mostram destruição na Nigéria
15 de janeiro de 2015As organizações Anistia Internacional e Human Rights Watch (HRW) divulgaram nesta quinta-feira (15/01) imagens de satélite que mostram a destruição das cidades de Baga e Doron Baga, na Nigéria, atacadas pelo grupo extremista Boko Haram.
A investida dos islamistas começou no dia 3 de janeiro, quando tomaram uma base militar em Baga. Imagens aéreas das duas cidades foram tiradas no dia anterior ao início da ofensiva e quatro dias depois. Segundo a Anistia Internacional, as fotografias mostram uma "devastação de proporção catastrófica", com mais de 3.700 construções danificadas ou completamente destruídas.
A HRW afirma que 11% de Baga e 57% de Doron Baga – a 2,5 quilômetros de distância – foram destruídos. De acordo com a Força-Tarefa Conjunta Multinacional de tropas da Nigéria, do Níger e do Chade contra o Boko Haram, ao menos 16 assentamentos ao redor de Baga foram incendiados e 20 mil pessoas fugiram. Mais de 11.300 nigerianos buscaram refúgio no vizinho Chade, segundo a ONU.
O Exército da Nigéria, que muitas vezes minimiza números de mortos, disse nesta semana que 150 pessoas haviam morrido nos ataques do Boko Haram às duas cidades. As autoridades desmentiram os 2 mil mortos estimados pela Anistia Internacional com base em relatos de testemunhas e funcionários do governo local.
Segundo a HRW, a quantidade exata de vítimas é desconhecida. "Ninguém ficou para trás para contar os mortos", teria dito um residente. Outro homem que escapou de Baga depois de se esconder por três dias disse ter "pisado sobre corpos" durante 5 quilômetros ao fugir pelo mato.
A Anistia Internacional afirma que as imagens divulgadas nesta quinta e relatos de testemunhas reforçam a visão de que o ataque a Baga e Doron Baga foi o "maior e mais destrutivo" do Boko Haram em sua luta para estabelecer um Estado islâmico no nordeste da Nigéria.
Nesta quinta-feira, a organização de direitos humanos também denunciou que o grupo radical atirou e matou crianças e uma mulher em trabalho de parto, de acordo com uma testemunha do ataque.
LPF/afp/ap