Imprensa da Coreia do Norte elogia Trump
1 de junho de 2016O pré-candidato republicano Donald Trump recebeu esta semana uma cobertura positiva da imprensa da Coreia do Norte, fortemente controlada pelo governo comunista.
Nesta quarta-feira (01/06), um editorial do jornal oficial do partido comunista, o Rodong Sinmun, ironizou os temores da Coreia do Sul em relação a um possível governo Trump. "Sempre que Trump fala sobre política externa, ele aborda a questão das tropas americanas na Coreia do Sul e o seu 'bilhete grátis para defesa'", diz o texto.
No dia anterior, um artigo publicado no site DPRK Today, de propaganda estatal, elogiou o republicano como um político "sábio", que seria um presidente melhor do que a "burra" Hillary Clinton, pré-candidata democrata. DPRK é a sigla em inglês para o nome oficial do país, República Popular Democrática da Coreia.
Os dois textos mencionam a ameaça feita por Trump de remover as tropas americanas do território sul-coreano caso o governo em Seul se recuse a bancar os custos da presença militar.
O pré-candidato, que praticamente assegurou a nomeação do partido após seus adversários abandonarem a corrida pela Casa Branca, afirmou que estaria disposto a se encontrar com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Cerca de 30 mil soldados americanos estão estacionados na Coreia do Sul. A Coreia do Norte considera essa presença uma provocação e afirma que Seul é um aliado "marionete" de Washington. A remoção das tropas americanas, segundo o Rodong Sinmun, iria "surpreender os servos que olham para os EUA como seus senhores".
O jornal, porém, evitou declarar abertamente apoio à candidatura de Trump, enquanto o DPRK Today parece mais entusiasmado com essa opção. O artigo escrito por um chinês de origem coreana, que se descreve como um acadêmico norte-coreano, diz que Trump "não é um candidato linguarudo, estranho ou ignorante, mas um político sábio e um candidato que olha para frente".
O portal encoraja os americanos a votar no republicano, ao mesmo tempo em que critica Hillary por acreditar que a Coreia do Norte deverá seguir o Irã e firmar um acordo nuclear com os Estados Unidos.
RC/dpa/afp/ap