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PolíticaReino Unido

Independência volta à pauta em eleições na Escócia

6 de maio de 2021

Partido nacionalista quer obter maioria no Parlamento escocês para levar adiante planos de um novo referendo sobre a independência. "Super quinta" de eleições no Reino Unido marca primeiro teste eleitoral pós-Brexit.

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A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, do Partido Nacionalista Escocês
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, do Partido Nacionalista EscocêsFoto: Andy Buchanan/REUTERS

As urnas abriram nesta quinta-feira (06/05) em várias regiões do Reino Unido para uma série de eleições que estão sendo chamadas de "super quinta-feira". Este é o primeiro teste eleitoral de partidos e governantes desde o Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia – e depois do início da pandemia de covid-19.

Em jogo estão os parlamentos e governos da Escócia e do País de Gales, os governos de grandes cidades, incluindo Londres, e governos e autoridades municipais na Inglaterra. Alguns pleitos deveriam ter ocorrido em maio do ano passado, mas foram adiados por causa da pandemia de covid-19.

No total serão eleitos cerca de 4.650 representantes em 143 cidades da Inglaterra, 13 prefeitos eleitos diretamente, 39 comissários de polícia e 25 membros do legislativo da cidade de Londres. Também serão renovados os 129 assentos do Parlamento da Escócia e os 60 do Parlamento do País de Gales.

Novo referendo escocês

As atenções estarão sobretudo concentradas na Escócia, onde o Partido Nacionalista Escocês (SNP) espera obter maioria absoluta para levar adiante planos de promover um novo referendo sobre a independência do país do Reino Unido.

A líder do SNP e primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse que pretende impulsionar os planos de um novo referendo se o partido obtiver a maioria no Parlamento, mas só depois do fim da pandemia e com a recuperação econômica.

A questão da independência da Escócia parecia resolvida com o resultado do referendo de 2014, quando a secessão foi rejeitada por 55% dos votantes. Mas a decisão do Reino Unido de deixar a UE, em 2016, reacendeu a causa nacionalista, pois 62% dos escoceses votou pela permanência no bloco europeu.

A realização de um referendo necessita do aval do governo britânico, e Johnson disse que a questão já foi levada em voto em 2014 e está encerrada por ao menos uma geração.

Disputa em bastião trabalhista

Em Hartlepool, um distrito do norte da Inglaterra, haverá uma eleição especial para o assento do distrito na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento do Reino Unido. O assento ficou vago com a renúncia do ocupante por suspeitas de assédio sexual.

Uma vitória do Partido Conservador em Hartlepool seria um sinal de forte apoio popular a Johnson num bastião trabalhista - o Partido Trabalhista detém o assento desde que este foi criado, em 1974.

As eleições são, portanto, muito importantes para a nova liderança do Partido Trabalhista, depois do fracasso na eleição geral de 2019, quando os trabalhistas tiveram o pior resultado desde 1935.

O líder trabalhista, Keir Starmer, precisa recuperar o apoio que o partido perdeu no norte e centro de Inglaterra para os conservadores, mas ele próprio já admitiu ser irrealista passar "do pior resultado eleitoral desde 1935 para uma posição de vencer as próximas eleições legislativas no espaço de um ano".

Como consolo, o prefeito trabalhista de Londres, Sadiq Khan, deverá facilmente conseguir um segundo mandato.

Votação na pandemia

Os eleitores foram aconselhados a votar por correspondência, e aqueles que quiserem votar pessoalmente terão de usar máscara, cumprir as regras de distanciamento social e, idealmente, levar a sua própria caneta ou lápis.

Devido às medidas de saúde pública e diferentes sistemas de voto, a contagem dos votos deverá ser mais lenta, e os resultados, anunciados ao longo dos próximos dias.

as/lf (AP, Lusa)