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Inflação na Venezuela pode chegar a 1 milhão por cento

24 de julho de 2018

Fundo Monetário Internacional compara situação do país sul-americano à enfrentada pela Alemanha em 1923. Instituição prevê ainda que economia venezuelana encolherá 18% neste ano.

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Prateleiras de supermercado vazias em Caracas
Venezuelanos sofrem com escassez de alimentos Foto: Reuters/M. Bello

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou nesta segunda-feira (23/07) que a inflação anual na Venezuela pode chegar a 1 milhão por cento (1.000.000%) em 2018. A instituição comparou ainda a atual situação do país com a enfrentada pela Alemanha em 1923 e pelo Zimbábue no fim dos anos de 2000.

O FMI prevê que o colapso econômico da Venezuela tenha impactos nos países vizinhos. Segundo o diretor do departamento do Hemisfério Ocidental da instituição, Alejandro Werner, a hiperinflação somada à crise das atividades econômicas e à crescente deterioração ao acesso a bens públicos, assim como a escassez de alimentos, impulsionam o fluxo migratório de venezuelanos.

A instituição estima ainda que a economia venezuelana deve sofrer uma retração de 18% neste ano e 5% em 2019, três pontos percentuais a mais para 2018 e um a menos para o ano seguinte do que o calculado em abril.

O colapso da Venezuela puxou para baixo a perspectiva de crescimento na América Latina e Caribe, que foi estimada em 1,6% neste ano, quatro décimos a menos do que o previsto em maio. Sem considerar o país, a região deve ter um crescimento de 2,3% em 2018 e 2,8% em 2019.

Uma queda nos preços do petróleo, principal produto de exportação da Venezuela, e anos de má administração contribuíram para a violenta crise econômica que o país enfrenta, onde a população sofre com a escassez de bens básicos, como alimentos e medicamentos.

Para o Brasil, o FMI reduziu as perspectivas de crescimento em cinco décimos para 1,8% neste ano e manteve em 2,5% a prevista para 2019. Já para a Argentina, a instituição prevê um crescimento de apenas 0,4% neste ano, bem abaixo dos 2% estimados em maio.

A redução na previsão surge após o anúncio de um empréstimo de 50 bilhões de dólares do FMI ao país, feito em junho. A Argentina recorreu à instituição para conter a forte desvalorização cambial e se comprometeu a realizar um ajuste fiscal para conseguir a ajuda financeira.

CN/efe/afp/dpa

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