Inovar é preciso
26 de janeiro de 2004Em busca de soluções para os graves problemas do mercado de trabalho e a estagnação da economia alemã, o chanceler federal Gerhard Schröder lançou como mote para sua atividade governamental em 2004 o fomento à inovação. O impulso à educação, ciência e pesquisa é o segundo pilar, ao lado da reestruturação do sistema social, do pacote de reformas intitulado Agenda 2010.
A ministra da Educação, Edelgard Bulmahn, assumiu a iniciativa e apresentou, nesta segunda-feira (26), seus planos para a implementação das universidades de elite na Alemanha, conceito que vem sido debatido acaloradamente no país desde que anunciado no começo do mês.
Em congresso promovido por seu ministério em Berlim, a política do Partido Social Democrata (SPD) deixou claro que a tarefa é urgente, porque outros países estão se tornando cada vez melhores, e isto a uma velocidade crescente. "Os nossos sucessos se baseiam demais no passado", reconheceu. Somente por meio de inovações o país será capaz de "conquistar novos mercados e gerar postos de trabalho seguros também para o futuro", afirmou.
Universidades em concorrência
Bulmahn quer lançar já no verão europeu um concurso, para o qual convidou todas as escolas superiores alemãs. A escolha das melhores ficará a cargo de um júri, que selecionará primeiramente dez e, entre essas, até 2006, as cinco melhores. Durante cinco anos a partir de então, cada uma delas receberá subsídios de 50 milhões de euros para realizar seus projetos.
Um porta-voz do ministério não excluiu que sejam selecionadas seis universidades, o que representaria subsídios de até 300 milhões de euros ao ano. A ministra não deixou claro, porém, como pretende financiar tal soma. O procedimento seria repetido a cada quatro anos para dar oportunidade a outras universidades.
Por uma cultura da inovação
Para o chanceler federal Gerhard Schröder, que também se pronunciou no congresso em Berlim, as universidades de elite são apenas parte de um programa. Não basta conceder subsídios a alguns institutos de ponta, ou fomentar a ciência. É preciso que se implemente no país uma "cultura da inovação", que incentive a criatividade e a flexibilidade, que possibilite o desenvolvimento de novas tecnologias e a otimização dos métodos de produção na indústria.
Como exemplo de um processo bem-sucedido neste sentido, o chefe de governo destacou a indústria automobilística alemã, que conseguiu retornar ao topo entre os concorrentes mundiais, graças a "uma verdadeira revolução na produção de veículos".