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ConflitosSuécia

Inspeção sueca reforça suspeita de sabotagem em gasodutos

7 de outubro de 2022

Promotor encarregado da investigação disse que "houve detonações" perto do Nord Stream 1 e 2. Material foi apreendido e será analisado.

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Foto aérea do mar mostra o vazamento
No final de setembro, autoridades dinamarquesas e suecas detectaram três vazamentos de gás nos dutos do Nord Stream 1 e Nord Stream 2Foto: Danish Defence/UPI/Newscom/picture alliance

Autoridades suecas informaram nesta quinta-feira (06/10) que as primeiras inspeções, feitas com uma sonda, para averiguar os vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, no mar Báltico, reforçam as suspeitas de sabotagem.

"Podemos ver que houve detonações perto do Nord Stream 1 e 2 na zona econômica exclusiva sueca, que causaram danos significativos aos gasodutos", afirmou o promotor especial encarregado da investigação paralela sueca, em comunicado à imprensa.

"As inspeções no local do crime reforçaram as suspeitas de sabotagem grave. Foram feitas apreensões [de material] no local, que serão investigadas", completou.

Institutos sismológicos na Escandinávia mediram tremores de magnitudes de 2,3 e 2,1, que as organizações disseram que "provavelmente corresponde a uma carga explosiva de várias centenas de quilos".

Um porta-voz do Kremlin disse nesta quinta-feira que não acredita que a investigação possa ser objetiva sem a participação da Rússia, uma vez que Moscou não foi convidada a participar. Uma força-tarefa com membros da Dinamarca, Suécia e Alemanha lidera a investigação. 

Vazamentos

No final de setembro, autoridades dinamarquesas e suecas detectaram três vazamentos de gás nos dutos do Nord Stream 1 e Nord Stream 2 próximos a uma ilha da Dinamarca. Construídos pela Rússia, os dutos levam gás russo até a Alemanha. Embora nenhum dos dois esteja em operação, os gasodutos são mantidos cheios devido à pressão.

Operados por um consórcio, no qual a gigante russa Gazprom é majoritária, os gasodutos estão no centro das tensões geopolíticas dos últimos meses, que eclodiram com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Até o ano passado, Moscou era o principal fornecedor de gás para a Europa, mas desde então vem cortando o envio em possível retaliação às sanções ocidentais aplicadas ao país devido à guerra.

Washington e Moscou acusaram-se mutuamente pela tentativa de sabotagem.

A Otan e vários países europeus também acreditam em sabotagem, incluindo a Alemanha. Uma porta-voz do governo enfatizou em Berlim que todas as informações disponíveis indicavam "que foi um ato deliberado de sabotagem".

Foto mostra o gás vazando no mar
Washington e Moscou acusaram-se mutuamente pela tentativa de sabotagemFoto: Swedish Coast Guard Handout/Anadolu Agency/picture alliance

Finlândia alerta para novos ataques

O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, disse que o mundo precisa estar preparado para ataques a infraestruturas críticas.

"Isso foi claramente feito por uma entidade com capacidade de Estado", disse Haavisto à DW. "Precisamos ser cautelosos com ataques semelhantes a outras estruturas submarinas, não apenas no Mar Báltico, mas também nos transatlânticos".

O ministro finlandês disse que as primeiras avaliações suecas e dinamarquesas dão conta de que não se trata de um ataque direto contra eles, mas de um desafio internacional.

O gás no Nord Stream 2, a sudeste de Bornholm, parou de vazar, informou a Agência de Energia Dinamarquesa (DAE). No entanto, três outras partes danificadas do Nord Stream 1 e 2 seguem bombeando gás para o mar. 

Danos irreparáveis

Na prática, os vazamentos diminuem a possibilidade de retomada das entregas de gás para a Europa ocidental via Nord Stream 1, que já tinham sido interrompidas em setembro por Moscou, que alega problemas técnicos e diz que não pode consertar as falhas devido às sanções internacionais. A União Europeia, no entanto, rebate essa alegação e acusa a Rússia de usar o gás "como uma arma".

Agências de segurança da Alemanha temem que os danos causados ao Nord Stream possam ser irreparáveis, tornando assim o gasoduto inutilizável, segundo revelou uma reportagem do jornal alemão Tagesspiegel.

le (DW, Lusa, Reuters, ots)