Instituto alemão volta atrás em previsão sobre vacina
12 de agosto de 2020Depois de afirmar que uma vacina contra o novo coronavírus poderia estar disponível ainda no outono europeu deste ano, que vai de setembro a dezembro, o Instituto Robert Koch (RKI), responsável pelo controle de doenças infecciosas na Alemanha retirou a declaração e afirmou que o relatório publicado com a previsão estava desatualizado.
Em relatório intitulado A pandemia na Alemanha nos próximos meses, o RKI afirmava que "projeções preliminares fazem com que a disponibilidade de uma ou várias vacinas pareça ser possível a partir do outono de 2020". Há no mundo seis vacinas contra a covid-19 na fase 3 de ensaios clínicos, a última etapa antes da aprovação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No documento, o instituto alemão advertiu ainda que "seria perigoso" neste momento confiar que uma vacinação a partir do outono de 2020 "possa conter a pandemia", pois o impacto de qualquer vacina pode ser atenuado por mutações virais ou complicações referentes à imunidade de longa duração.
Horas depois da publicação, uma porta-voz do RKI informou que o documento estava desatualizado e que foi publicado erroneamente. Ela acrescentou ainda que o instituto não espera mais que uma vacina esteja disponível ainda neste ano.
Em julho, o RKI havia declarado que esperava uma imunização contra a covid-19 a partir da primavera europeia de 2021, que vai de março a junho.
A confusão ocorre em meio a preocupações crescentes na Alemanha sobre o aumento de infecções. Nesta quarta-feira, o número de novos casos diários de coronavírus no país atingiu seu nível mais alto desde 9 de maio.
O ministro da Saúde, Jens Spahn, pediu aos cidadãos que permaneçam em alerta. "Devido ao retorno de viagens, festas de todos os tipos, comemorações familiares em muitos lugares do país, estamos registrando pequenos e grandes surtos em quase todas as regiões do país. Se não prestarmos atenção agora, isso pode criar uma nova dinâmica."
Spahn também expressou ceticismo em relação à vacina russa contra o coronavírus, aprovada pelo governo em Moscou na terça-feira. "Até onde sabemos, ela não foi suficientemente testada", disse, sugerindo que as autoridades russas não foram transparentes sobre as pesquisas e métodos de testes.
A vacina foi aprovada menos de dois meses após o início dos testes em humanos. Resultados dos estudos sobre a imunização e sua segurança não foram divulgados, e essa falta de transparência preocupou cientistas internacionais.
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