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Política Cultural

(sm)30 de novembro de 2006

Salvo das dificuldades orçamentárias dos últimos anos, Instituto Goethe retorna às funções prioritárias de propagar o idioma e a especificidade cultural da Alemanha, em detrimento de um discurso intercultural.

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Presença maior no mundo muçulmanoFoto: DW

O Instituto Goethe, principal órgão de propagação da língua e cultura alemãs no exterior, sofreu nos últimos anos com os cortes de verbas. Entre 2001 e 2006, o órgão teve seu orçamento reduzido em quase 13% para 109 milhões de euros, o que implicou cortes de pessoal, restrições na programação cultural e elevação das taxas dos cursos oferecidos.

Além da escassez de recursos, a situação do instituto também se tornou mais complexa nos últimos anos, por causa da fusão com outras instituições, como a Inter Nationes, o Instituto de Informação sobre a Alemanha e o órgão de assuntos internacionais do Conselho Alemão de Música.

A situação culminou neste ano com um desequilíbrio orçamentário que levou o Parlamento alemão a tomar uma decisão. O resultado foi a liberação de 13,5 milhões de euros, uma verba vinculada – no entanto – à redefinição das metas para a rede de 144 institutos espalhados por 80 países.

Expansão na Ásia e no mundo islâmico

A nova estratégia é reforçar a presença em regiões de crescimento da Ásia, sobretudo a China, e no mundo islâmico, principalmente no Oriente Médio, além de consolidar a expansão no Sul e no Leste da Europa.

As prioridades do Instituto Goethe também foram definidas com maior precisão. A propagação da língua e da diversidade cultural da Alemanha volta a ser a meta central, conforme o plano dos políticos da coalizão democrata-cristã e social-democrata. O secretário-geral do Instituto Goethe, Hans-Georg Knopp, acrescenta que a idéia é inserir as posições alemãs nos discursos culturais internacionais e promover a integração cultural da Alemanha no mundo globalizado.

Maior destaque à especificidade cultural alemã

Embora estas sempre tenham sido metas do Instituto Goethe, o direcionamento do órgão durante o governo anterior, assumido pela coalizão social-democrata e verde, era mais intercultural. "Nossa política cultural no exterior não é simplesmente neutra, mas se orienta por valores. Em matéria de incentivo à democracia, implementação dos direitos humanos, sustentabilidade do crescimento, participação no progresso científico-tecnológico ou proteção dos recursos naturais, nossa política cultural toma partido." Isso é o que constava da chamada Concepção 2000, aprovada pelo então ministro do Exterior Joschka Fischer.

Com mais dinheiro agora, o Instituto Goethe – órgão diretamente submetido ao Ministério do Exterior – reassume a função de propagar uma imagem atual da Alemanha que seja abrangente e bem fundamentada do ponto de vista histórico e cultural. Isso exclui outras propostas de intercâmbio intercultural, como a de integrar as atividades dos institutos internacionais às de outras instituições européias. E possivelmente também reduz o espaço de diálogo com culturas em que o Instituto Goethe está inserido como órgão de propagação cultural.