Interpol suspende parceria com a Fifa
12 de junho de 2015A Interpol suspendeu nesta sexta-feira (12/06) sua parceria com a Fifa, em razão doescândalo de corrupção que envolve o órgão máximo do futebol mundial.
"Iremos congelar o uso de contribuições financeiras da Fifa", anunciou o órgão internacional de polícia. Em maio de 2011, a Fifa concordou em iniciar uma parceria com a Interpol, apoiando com 20 milhões de euros um programa de dez anos para combater práticas ilegais de combinação de resultados em jogos de futebol.
O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, afirmou ter tomado a decisão "à luz do contexto atual que envolve a Fifa". "Todos os nossos parceiros externos, públicos ou privados, devem compartilhar dos nossos valores e princípios fundamentais", afirmou Stock, em nota.
Na semana passada a Interpol emitiu uma busca global para duas ex-autoridades e quatro executivos de marketing da Fifa que enfrentam acusações, nos Estados Unidos, que incluem corrupção e extorsão. Elas fazem parte do grupo de 14 pessoas recentemente indiciadas pelo Departamento de Justiça dos EUA. Quatro pessoas já se declararam culpadas das acusações. Espera-se que mais indiciamentos venham a ocorrer.
A Interpol também havia emitido uma busca global para o ex-vice presidente da Fifa, Jack Warner, que teve seu nome ligado a pagamentos de 10 milhões de dólares, feitos através da Fifa, aparentemente subornos relacionados com a escolha da África do Sul para sediar a Copa do Mundo de 2010. Warner foi liberado, após pagamento de fiança, da prisão em sua terra natal, Trinidad e Tobago, e deverá retornar aos tribunais em 9 de julho.
Na época em que a parceria foi fechada, a apenas três semanas da eleição presidencial da Fifa, ela havia sido criticada por supostamente servir de propaganda para a campanha de Blatter. O acordo inclui uma cláusula que especifica que a Fifa deve agir de modo "compatível com os princípios, objetivos e atividades da Interpol".
A Fifa lamentou a decisão, afirmando que a parceria não tem nenhuma relação com as atuais acusações de corrupção e que a suspensão do programa prejudica o combate de atividades criminosas.
RC/ap/afp