Dados intactos
16 de maio de 2011As autoridades aeroviárias francesas divulgaram nesta segunda-feira (16/05) que todos os dados das caixas-pretas do voo 447 da Air France estão preservados e foram totalmente recuperados durante o fim de semana. Trata-se da aeronave que caiu no Oceano Atlântico há dois anos, por causas ainda desconhecidas, matando 228 pessoas.
De acordo com o Gabinete de Investigação e Análise para Segurança da Aviação (BEA) da França, especialistas conseguiram extrair com sucesso os dados das caixas-pretas. Estes incluem registros técnicos do voo e gravações de áudio na cabine durante as duas horas que antecederam o acidente. A expectativa é divulgar um relatório com as causas do acidente nos próximos quatro meses.
"Em seguida às operações de abertura das caixas, retirada do conteúdo, limpeza e secagem dos cartões de memória, os investigadores de segurança do BEA conseguiram extrair os dados no fim de semana", informou o órgão num comunicado.
O BEA ressalta que todos os dados levantados serão submetidos a "análise detalhada e profunda". "Esse trabalho vai levar semanas, após as quais será redigido um novo relatório preliminar", a ser publicado tão logo possível, promete o órgão. Antes, porém, os investigadores haviam estimado que qualquer informação retirada das caixas-pretas levaria meses para ser avaliada, e que um relatório não sairia antes do próximo ano.
Resgate demorado
O Airbus A330 da Air France caiu no dia 1º de junho de 2009, durante a rota Rio-Paris, em área de águas profundas entre a costa brasileira e o oeste africano. Após intensas varreduras com equipamentos de alta tecnologia na área do acidente, apenas um mês atrás a parte principal dos destroços, contendo as caixas-pretas, foi localizada, a quatro quilômetros de profundidade. Os equipamentos são peça-chave nas investigações das causas do acidente, e seu resgate custou 50 milhões de dólares.
As causas do sinistro ainda não podem ser determinadas. Um relatório preliminar aponta para problemas nas sondas de velocidade da aeronave, conhecidas como "Pitots", mas especialistas adiantam que isso não seria suficiente para explicar a queda da aeronaves. Desde o desastre, a Air France trocou os Pitots de toda sua frota por um modelo mais novo.
Tanto a associação de pilotos e quanto familiares de vítimas acusam a companhia aérea de terem reagido demasiado lento aos alertas de segurança. Tanto a Air France quanto a Airbus insistem que atuaram prontamente, e aguardam os resultados das investigações conduzidas pelo BEA.
MS/afp/rtr/lusa
Revisão: Augusto Valente