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Isinbayeva diz que banimento é decisão política

21 de julho de 2016

Bicampeã olímpica de salto com vara diz que não há motivos concretos para manter o atletismo russo fora da Rio 2016. Ministro do Esporte sugere que atletas recorram da decisão em uma corte civil.

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A bicampeã olímpica russa Yelena Isinbayeva
A bicampeã olímpica russa Yelena IsinbayevaFoto: Imago/Golovanov

A bicampeã olímpica russa Yelena Isinbayeva teceu duras críticas, nesta quinta-feira (21/07), à decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) de manter o banimento do atletismo de seu país dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

"Obrigada a todos pelo funeral do atletismo. É uma decisão puramente política", declarou a saltadora de vara, à agência de notícias russa Tass.

Isinbayeva, que representou os atletas russos na audiência desta quinta-feira em Lausanne, na Suíça, afirmou que não há motivos concretos para manter o banimento e apelou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para que reverta a decisão.

Mais tarde, ela voltou a criticar o banimento, desta vez por meio de sua conta no Twitter, sugerindo que alguns concorrentes de outros países competem dopados.

"Deixem todos esses atletas estrangeiros pseudo-limpos respirarem aliviados e ganhar suas pseudo-medalhas de ouro sem nós. Eles sempre temeram a força", afirmou.

O arremessador de martelo Serguei Litvinov afirmou à agência de notícias AP que está "muito triste" por não poder participar dos Jogos do Rio, mas ao mesmo tempo espera que a decisão leva a reformas mais profundas no seu país.

Litvinov, um ativista antidoping no esporte russo e que ficou em quinto lugar no último campeonato mundial, também pediu que as autoridades internacionais investiguem mais casos em outros países. "Quero que todos os sistemas de doping sejam encerrados. Não só o nosso, todos."

O corredor jamaicano Usain Bolt, vencedor de seis medalhas olímpicas, disse que a decisão da CAS vai assustar muitas pessoas que pensam em recorrer ao doping e envia um sinal forte contra a prática.

Já o ministro russo do Esporte, Vitaly Mutko, sugeriu aos atletas prejudicados pela decisão que recorram a uma corte civil e acrescentou que os competidores do seu país continuarão a defender sua honra e dignidade.

Mutko disse ainda que a decisão é política e que a Rússia vai agora avaliar o que fazer. "Na minha opinião é uma decisão subjetiva, um tanto quanto política e sem base legal", declarou.

O chefe da federação russa de atletismo, Dmitry Shlyakhtin, disse que continuará fazendo de tudo para reconquistar a confiança da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) e do COI.

AS/ap