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ConflitosIsrael

Israel anuncia a libertação de dois reféns em Gaza

12 de fevereiro de 2024

Homens de 60 e 70 anos passam bem. Eles eram mantidos em Rafah, cidade no sul do enclave que abriga a maioria dos palestinos que fogem da guerra Israel-Hamas, e que virou novo foco do conflito.

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Um grupo de cinco pessoas se abraçando em um hospital
Luis Har (esq.) é abraçado por parentes após ser resgatado da Faixa de GazaFoto: Israeli Army/AP/picture alliance

Dois homens que haviam sido sequestrados pelo grupo radical islâmico Hamas durante os atentados terroristas de 7 de outubro e eram desde então mantidos na Faixa de Gaza foram libertos na noite deste domingo (11/02), informaram as forças israelenses.

Fernando Simon Marman, de 60 anos, e Norberto Louis Har, de 70 anos, estariam em bom estado de saúde. Eles eram mantidos dentro de um imóvel em Rafah, cidade no sul do enclave palestino que na mesma noite, pouco antes da operação, foi alvo de intensos bombardeios.

No lado palestino, os ataques ao bairro de Shabura deixaram ao menos 50 mortos, inclusive crianças, segundo autoridades locais subordinadas ao Hamas. No lado israelense, dois militares morreram em combate.

Rafah, cidade que faz fronteira com o Egito e fica na porção mais ao sul do enclave, abriga boa parte dos palestinos que fogem do conflito, desencadeado pelo massacre de cerca de 1.200 pessoas em Israel e o sequestro de aproximadamente outras 250 pelo Hamas. Em resposta, forças israelenses bombardearam e invadiram a Faixa de Gaza, em uma ação que autoridades palestinas dizem ter deixado mais de 28 mil mortos.

Centenas de milhares de pessoas se abrigaram em Rafah vindas de várias partes do enclave, após Israel ordenar a evacuação do norte de Gaza e intensificar os ataques na região.

Na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que a cidade – principal ponto de entrada de ajuda humanitária e único dos maiores centros urbanos de Gaza que o Exército israelense ainda não havia adentrado – seria o próximo alvo de uma ofensiva terrestre. O anúncio deixou organizações humanitárias e parte da comunidade internacional em alerta.

"Pensamos que uma operação militar neste momento seria uma catástrofe para essas pessoas", afirmou o diretor de comunicação do Conselho de Segurança americano, John Kirby. "Nós não apoiaríamos isso."

A Casa Branca pressiona por um "plano crível e executável que garanta a segurança e o apoio" de civis refugiados em Rafah. Netanyahu, por sua vez, garante que eles terão onde se abrigar.

Mais de cem reféns continuam em Gaza

O resgate deste domingo foi anunciado como fruto do trabalho conjunto dos militares, do serviço secreto Shin Bet e de uma unidade especial da polícia israelense. Até então, apenas uma refém havia sido resgatada, ainda no início da guerra: a soldada Ori Megidish.

Ao celebrar o retorno de Marman e Har a suas famílias, Netanyahu defendeu a continuidade da operação militar em Gaza. "Apenas a continuação da pressão militar até a vitória completa resultará na libertação de todos os reféns", afirmou.

Dos cerca de 250 reféns levados pelo Hamas para dentro da Faixa de Gaza, quatro foram libertos ainda nas primeiras semanas e outros 105 em novembro, graças a uma trégua temporária. Autoridades israelenses estimam que 134 continuem no enclave, dos quais 29 são dados como mortos. Além disso, afirmam ter recuperado os corpos de outras 11 vítimas, três delas mortas por engano pelo Exército.

Homem segura cartaz em frente ao Palácio da Justiça em Haia: Stop Arming Israel
Justiça determinou que sejam suspensas as exportações a Israel de peças para caças F-35Foto: Lex van Lieshout/ANP/picture alliance

Corte na Holanda ordena suspensão de exportação de insumos de guerra a Israel

Nesta segunda-feira, uma corte de apelação em Haia determinou ao governo holandês a suspensão de exportações a Israel de peças para caças F-35, sob o argumento de que o governo israelense não leva as consequências de seus ataques para civis suficientemente em consideração.

"É inegável que há um risco claro de que partes exportadas do F-35 sejam usadas em sérias violações do direito internacional", afirmou o juiz Bas Boele.

Israel nega que cometa crimes de guerra em Gaza.

O governo tem prazo de sete dias para cumprir a sentença, mas já anunciou que irá recorrer à Suprema Corte.

A ação é movida por três entidades de defesa dos direitos humanos: Oxfam, PAX e The Rights Forum. O grupo alega que a Holanda pode estar sendo cúmplice de possíveis crimes de guerra na batalha de Israel contra o Hamas, classificado como organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia.

As peças do F-35 que ensejaram a ação judicial estão armazenadas na Holanda, mas pertencem aos EUA. Por este motivo, a defesa do governo holandês alega não estar claro se eles sequer teriam poder de intervir nas exportações.

ra/le (AP, AFP, Reuters, ots)