Jansen: festa como a da Copa
5 de junho de 2008DW-WORLD: Na seleção, você representa uma nova geração do futebol alemão. Esse rejuvenescimento da equipe terá reflexos positivos durante a Eurocopa?
Marcell Jansen: Acredito que o nosso grupo teve um bom desenvolvimento até agora, também em relação à mistura entre novos e velhos. Jogamos não apenas uma boa Copa do Mundo, como também boas Eliminatórias da Euro. Sabemos também que, num torneio como a Euro, isso tudo não conta mais, o que interessa é continuar melhorando, trabalhando sempre os detalhes. O clima no grupo precisa ser bom, especialmente o trabalho em equipe. Se isso estiver certo, poderemos jogar mais uma vez um bom torneio.
Na Copa, você ficou no banco e isso fez parte do seu aprendizado como jovem jogador da seleção. A Euro será seu teste de maturidade?
Bom, teste de maturidade é algo que acontece o tempo todo. Se na Copa eu fui o jogador mais jovem e disputei a partida que valia o terceiro lugar marcando o Cristiano Ronaldo, é claro que isso foi um teste de maturidade que deu certo. É possível perceber um desenvolvimento, ele continua no clube e segue até as Eliminatórias. Por isso não vejo este momento como um teste, mas me alegro com ele. Eu quero melhorar sempre e grandes torneios fazem parte disso, é onde se tem a oportunidade de crescer como equipe e individualmente.
Áustria e Suíça são os anfitriões do torneio. Isso é quase como jogar em casa.
Claro que isso é bom para nós, porque não é longe e acredito que também teremos um bom apoio. Será certamente algo positivo, porque também dentro da equipe o clima é bom. Ficaremos muito contentes se durante o verão [europeu] ainda for assim.
Uma continuação do "Conto de Verão" de 2006?
Sim, poderia ser uma continuação. Percebe-se que formamos uma unidade com a nossa torcida. Isso foi fantástico durante a Copa e durante as Eliminatórias da Euro e deve continuar crescendo, de forma que se perceba que toda uma nação está participando. Esse deve ser o nosso objetivo, mesmo se as coisas não funcionarem bem.
Na Euro jogarão os protagonistas de 2006: Itália (campeã), França (vice-campeã), Alemanha (terceira colocada) e Portugal (quarto colocado). A Euro é mais difícil do que uma Copa do Mundo?
É um pouco mais difícil e direto ao ponto. Muitas equipes de alta qualidade participam do torneio. Elas se enfrentam logo no início e essa é, provavelmente, a diferença em relação a uma Copa do Mundo. Mas os dois torneios são muito importantes.
No Grupo B estão ainda a Áustria, a Croácia e a Polônia. Como você avalia as chances na seleção alemã?
Chances, nós sempre temos. Fato é que não podemos subestimar o grupo ou dizer que tivemos sorte no sorteio. Não vejo dessa maneira. A Croácia eliminou a Inglaterra, a Polônia jogou Eliminatórias excelentes e a Áustria é uma das anfitriãs. Isso exigirá muito de nós e estamos muito longe de já ter ganhado algo. Penso que todos sabemos disso.
O técnico Joachim Löw recusa o rótulo de favorito para frear as expectativas. Uma postura como essa é necessária?
Numa Eurocopa quase todos são favoritos. No futebol de hoje, que é muito evoluído, não se pode dizer "este será o campeão" ou "esta será a partida final". Tivemos surpresas no passado. Claro que certas seleções têm uma qualidade estabelecida. Mas são tantas que tudo depende do torneio e das condições da equipe no dia.
A que lugar a Alemanha chegará, então?
Eu não gosto de fazer suposições, mas se tudo funcionar na equipe, em conjunto com a torcida, jogaremos um bom torneio. Mas não quero afirmar nada. Claro que o objetivo é chegar à final. Mas não sou presunçoso e por isso digo: um bom começo no primeiro jogo seria para mim, para nós, um grande passo na direção certa.
Marcell Jansen, de 22 anos, foi o jogador mais jovem da seleção alemã durante a Copa do Mundo de 2006. Ele participou de apenas uma partida no torneio: a disputa pelo terceiro lugar, contra Portugal. Sua tarefa foi marcar a estrela Cristiano Ronaldo.
Jansen pertence ao seleto grupo de jogadores da seleção desde sua estréia na equipe, em 2005. Ele começou sua carreira no Borussia Mönchegladbach e foi para o Bayern de Munique em 2007.