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Moda e consciência social

Louisa Schaefer (ak)20 de novembro de 2007

Dois estudantes alemães fundaram uma empresa de moda, que pretende trabalhar apenas com meios éticos e ecologicamente sustentáveis, e ganharam por isso um prêmio de 250 mil euros.

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Martin Höfeler (e) e Anton Jurina, os fundadoresFoto: Vanessa Koeneke

No início deste ano, Martin Höfeler e Anton Jurina fundaram a Social Fashion Company, em Colônia, e com ela a etiqueta Armedangels (anjos armados) que, segundo Höfeler, oferece roupas fabricadas "de maneira ética e ecologicamente aceitável".

Isso significa trabalhar com fornecedores que não empregam trabalho infantil e oferecem aos seus empregados salários justos e horas de trabalho aceitáveis. Os dois estudantes também só usam, na produção das roupas, algodão isento de pesticidas e com a menor quantidade possível de produtos químicos.

A meta dos jovens empresários é manter uma empresa cujos métodos sejam compatíveis tanto com o ambiente quanto com sua consciência social. "Queremos criar moda exclusiva distinta do lema das produções de massa: 'bom e barato'", afirma Höfeler.

Promover a sustentabilidade

Social Fashion Company T-Shirt pink mit Donate + Create und Ornamenten bedruckt
A etiqueta passou por centenas de rascunhosFoto: Social Fashion Company/armedangels

Outras companhias, como a Levi's, Nike e a rede sueca H&M, têm descoberto que "ecomoda" vende. Da mesma forma, as empresas de cosméticos orgânicos estão em alta, e cada vez mais companhias vendem produtos com base em políticas de comércio justo.

Mas Höfeler e Jurina, com 25 e 28 anos, respectivamente, garantem que sua empresa distingue-se de todas as outras: uma parte de seus lucros é doada diretamente a organizações de caridade.

Neste momento, a linha Armedangels é composta de camisetas em estilo street wear – manga curta ou longa e regata – que variam de 29 a 50 euros. Para cada camiseta vendida, a Armedangels repassa 3,33 euros em benefício de escolas e hospitais na Bolívia.

Certificado de comércio justo com design chique

Para garantir que a Armedangels mantenha a reivindicação de sustentabilidade dos alunos, ela só trabalha com empresas socialmente responsáveis que têm rótulos e certificados de comércio justo.

Höfeler e Jurina atualmente importam algodão do Peru e têm camisetas costuradas nas Ilhas Maurício. Porém pretendem mudar para um produtor de algodão da Índia, com uma boa reputação de comércio justo.

Justificando-se devido ao impacto ambiental causado pelo longo trajeto de transporte, Höfeler lembrou que a Alemanha não é um país produtor de algodão.

Cansados do velho slogan capitalista

Baumwolle
Algodão, só sem pesticidasFoto: AP

A dupla freqüentava junto aulas de gestão corporativa quando surgiu a idéia da Armedangels.

"Nós estávamos cansados de ouvir o tradicional lema capitalista de 'maximizar lucros' cada vez que tínhamos aulas sobre comércio", recorda Höfeler, acrescentando que ele sempre quis fundar sua própria empresa.

Os dois passaram tempo suficiente fazendo estágios em grandes empresas para perceber que não queriam ser engrenagens na "máquina capitalista". Em vez disso, decidiram capitalizar no segmento de mercado socialmente consciente – com sucesso.

Recompensa pela idéia

A empresa de moda social de Höfeler e Jurina conquistou o Jovens Empresários (Gründerpreis), prêmio da revista econômica alemã Wirtschaftswoche, por encontrar a combinação certa nesta eclética mistura de interesses. A empresa recebeu também 250 mil euros para marketing, negócios e consultoria jurídica.

Social Fashion Company Longsleve grau Mann mit Sonnenbrille Dandy En Francais
Camisetas podem ser compradas onlineFoto: Social Fashion Company/armedangels

"A Armedangels tem uma equipe entusiasta e uma idéia de mercado absolutamente convincente que se encaixa bem na atual tendência de moda sustentável e consciência ambiental", declarou Jochen Mai, coordenador do prêmio da Wirtschaftswoche, cuja matéria de capa de setembro se ocupa da concepção de que moral conduz ao lucro.

Höfeler e Jurina também foram bem-sucedidos de outra maneira: eles convenceram alguns "business angels" – empresários mais velhos, com negócios sedimentados e dispostos a investir nos jovens empresários – a dar-lhes capital de giro. Os dois têm trabalhado tanto que adiaram seus estudos em Economia e Direito.

Os rapazes têm planos de expandir a Armedangels. Atualmente seus produtos só podem ser adquiridos pela internet.