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Itália investiga envolvidos em resgate de refugiados

28 de julho de 2018

Mais de 20 socorristas estão na mira do Judiciário da Itália por terem auxiliado migrantes no Mediterrâneo. Dez deles colaboram com ONG alemã. Governo populista em Roma intensifica combate a afluxo migratório.

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Tripulantes do Iuventa estão entre investigados por Justiça da Itália
Tripulantes do Iuventa estão entre investigados por Justiça da ItáliaFoto: picture-alliance/AP/dpa/ANSA/E. Desiderio

A Promotoria Pública da cidade de Trapani, na Sicília, abriu nesta quarta-feira (25/07) um inquérito contra mais de 20 socorristas marítimos acusados de ajudar imigrantes ilegais, noticiou o semanário de notícias alemão Der Spiegel. Trata-se de profissionais autônomos que trabalham para diversas ONGs, incluindo a Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Save the Children.

Um porta-voz da MSF declarou à agência alemã de notícias DPA que ainda não foram apresentadas acusações formais, e que a investigação preliminar seria um "processo técnico" para coletar informações de computadores e telefones, completando: "Temos certeza que esses exames técnicos confirmarão o que sempre dissemos: que operamos no mar de acordo com a lei."

A Itália tem intensificado o combate aos serviços de socorro privados. Em junho, o país negou porto a um navio de resgate pertencente à ONG alemã Sea Watch, tendo mais de 600 refugiados a bordo. O novo governo populista em Roma prometeu coibir o intenso afluxo de migrantes da África, mais de 600 mil dos quais entraram na Itália nos últimos cinco anos.

Dez dos socorristas investigados integram a tripulação do navio de resgate Iuventa, pertencente à ONG Jugend Rettet (A juventude salva), sediada em Berlim. A embarcação foi apreendida pelas autoridades italianas em agosto de 2017, sob suspeita de que a organização estivesse assistindo a imigração ilegal e colaborando com o tráfico humano líbio.

O Iuventa não levava os resgatados até a terra, em vez disso transferindo-os para as ONGs humanitárias. A Jugend Rettet afirma que opera segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Alguns tripulantes tiveram bens confiscados, inclusive computadores e telefones, os quais estão na posse do Ministério Público italiano há um ano.

Em 2017 a Jugend Rettet foi uma de seis ONGs que se recusaram a assinar um novo código de conduta imposto pelo governo italiano, relativo ao resgate de migrantes no Mar Mediterrâneo. Os ativistas alegaram que o documento não priorizava as vidas humanas.

AV/afp,kna,epd,dpa

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