Justiça alemã abre investigação contra Mark Zuckerberg
4 de novembro de 2016A Procuradoria de Munique abriu uma investigação contra quatro executivos do Facebook, incluindo seu fundador e atual presidente, Mark Zuckerberg, pela não remoção de mensagens que incitam ódio na rede social, segundo informou o semanário alemão Der Spiegel nesta sexta-feira (04/11).
Além de Zuckerberg, estão sendo investigados a gerente Sheryl Sandberg, o representante da empresa na Europa, Richard Allan, e sua homóloga em Berlim, Eva-Maria Kirscsieper.
De acordo com o veículo, a investigação foi aberta após uma denúncia do advogado Chan-jo Jun, na Baviera. Ele que acusa os executivos de cumplicidade em crimes de ódio, por não excluírem com rapidez mensagens ofensivas que trazem, por exemplo, ameaças de violência e negação do Holocausto.
Ao tomar conhecimento de conteúdos ilegais, o Facebook é obrigado a removê-los de sua página. De acordo com Der Spiegel, a denúncia de Jun mostra uma lista de postagens que incitam ódio e que não foram excluídas pela empresa, apesar dos repetidos requerimentos de usuários.
"Na maioria das vezes o Facebook não reage [às denúncias de conteúdo ilegal] ou declara o conteúdo inofensivo", afirma o texto publicado no site do semanário.
Os procuradores de Munique afirmaram nesta sexta-feira que vão apurar se um crime de fato foi cometido, se a lei alemã é aplicável à denúncia, além da responsabilidade dos executivos no caso.
O Facebook, por sua vez, disse que não comentaria o status de uma possível investigação, mas declarou que "as alegações carecem de mérito" e que "não houve violação da lei alemã pelo Facebook ou por seus funcionários". As declarações foram citadas pela agência de notícias AP.
É a primeira vez que Zuckerberg é investigado pela Justiça alemã. A rede social vem sendo alvo de críticas no país pela resposta ineficiente a discursos de ódio. Denúncias semelhantes foram rejeitadas por procuradorias anteriormente, que alegaram que os casos não competem à Justiça do país.
EK/ap/dpa/efe/ots