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Justiça do Peru decreta prisão de Keiko Fujimori

29 de janeiro de 2020

Juiz ordena detenção preventiva de filha de ex-presidente por 15 meses devido a risco de fuga e interferência na investigação. Ela é acusada de comandar esquema de lavagem de dinheiro.

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Keiko Fujimori saiu detida no tribunal em Lima
Keiko Fujimori saiu detida no tribunal em LimaFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Mejia

A Justiça do Peru voltou a decretar nesta terça-feira (28/01) a prisão preventiva da líder da oposição, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, acusada de liderar um esquema de corrupção do partido Força Popular com a empreiteira brasileira Odebrecht.

"Determino a prisão preventiva da investigada por 15 meses", declarou o juiz Víctor Zúñiga, depois de apresentar os argumentos de sua decisão numa audiência que durou 10 horas. O magistrado afirmou que a prisão preventiva é uma medida adequada e necessária.

Ao justificar a decisão, Zúñiga argumentou que há risco de Fujimori fugir do país e afirmou que ela estaria obstruindo a Justiça.

Minutos antes da decisão, Fujimori entrou no tribunal acompanhada pelo marido, Mark Vito. A líder opositora de 44 anos foi detida ainda no local. De lá, ela será levada para uma penitenciária feminina em Chorrillos.

A defesa de Fujimori pretende recorrer da decisão. O Ministério Público do Peru havia solicitado a prisão preventiva por 18 meses.

Fujimori já havia passado 13 meses na prisão. Acusada de interferir nas investigações da promotoria sobre o escândalo da Odebrecht, Fujimori fora presa preventivamente em 31 de outubro de 2018. Diretores da empreiteira confessaram ter distribuído ilegalmente milhões de dólares a políticos peruanos, incluindo quatro ex-presidentes.

Em novembro do ano passado, o Tribunal Constitucional do Peru concedeu um habeas corpus à líder opositora. Os promotores apelaram então desta decisão.

A filha do ex-presidente e seu marido são investigados por lavagem de dinheiro por doações recebidas em campanhas eleitorais em 2011 e 2016. Num financiamento irregular, a Odebrecht teria repassado 1 milhão de dólares para a campanha de 2011 em troca de favorecimento na contratação para a execução de obras públicas.

O partido teria financiado ainda campanhas com supostos coquetéis, nos quais seus apoiadores pagavam quantias elevadas para participar da festa.

Tanto o ex-presidente da construtora brasileira Marcelo Odebrecht como seu ex-representante no Peru, Jorge Barata, disseram aos promotores peruanos que a empresa forneceu recursos para a campanha de Keiko Fujimori.

A líder do Força Popular nega as acusações da Justiça peruana. Se condenada, ela pode receber uma pena de 10 a 16 anos de prisão. 

CN/afp/efe/rtr

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