Kiev e separatistas pró-Rússia suspendem conversações de paz
26 de dezembro de 2014Após uma primeira rodada de negociações, a continuação das conversas sobre o processo de paz no leste da Ucrânia, planejado para esta sexta-feira (26/12) entre Kiev e os separatistas pró-Rússia, foi cancelada. O encontro iria ser realizado em Minsk, na capital de Belarus.
"Não haverá negociações nesta sexta-feira em Minsk", informou o porta-voz do ministério do Exterior de Belarus, Dmitri Mironchik. Segundo as agências de notícias locais, ele não citou o motivo do cancelamento.
Após quatro meses de conflito e 1.300 vítimas da violência, representantes do governo ucraniano e dos separatistas pró-Rússia se reuniram na quarta-feira pela primeira vez para negociações na capital bielorrussa.
Na presença de uma delegação de Moscou e de representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), eles as duas partes concordaram apenas em mais uma troca de prisioneiros, de 225 rebeldes por 150 soldados do exército ucraniano.
Em entrevista à agência de notícias Interfax, Vasyl Budyk, um assessor do Ministério da Defesa ucraniano para assuntos de prisioneiros, disse que a troca de presos pode acontecer a partir de sábado.
Alexei Karyakin, líder da autoproclamada República Popular de Lugansk, acusou Kiev de não estar pronta para o compromisso. "Isso só confirma o fato de que o governo da Ucrânia continua a jogar como um ditador", disse Karyakin em relação ao cancelamento, de acordo com o website rebelde www.lug-info.com.
"Enviados incompetentes"
A delegação ucraniana acusa os separatistas de Donetsk e Lugansk de tentarem reverter o acordo de setembro e de enviar a Minsk "pessoas totalmente incompetentes", que não têm competência e que desconheceriam parte dos antigos acordos, segundo a agência de notícias Interfax.
A OSCE e o lado russo, também presente nas negociações, não divulgaram comentários sobre o cancelamento das negociações.
Mediadores querem que os dois lados reiniciem as negociações de paz e implementem o acordo assinado em setembro, em Minsk. Junto com um cessar-fogo, o documento exige trocas de prisioneiros e o não uso de equipamento militar pesado.
Separatistas também querem que Kiev dê fim a seu bloqueio econômico aos territórios controlados pelos rebeldes. Outras questões incluem o status político da região e anistia para os combatentes.
MD/afp/dpa/rtr