Klitschko desiste de concorrer à presidência da Ucrânia
29 de março de 2014O ex-campeão mundial de boxe Vitali Klitschko, um dos líderes da revolta na Ucrânia, anunciou neste sábado (29/03) que renunciou a sua candidatura às eleições presidenciais de 25 de maio para apoiar o ex-ministro Petro Porochenko.
"As forças democráticas devem apresentar um candidato único. Esse deve ser um candidato que dispõe do maior apoio", declarou Klitschko em Kiev, durante o congresso do seu partido, a Aliança Democrática Ucraniana pela Reforma (conhecido como Udar, algo como golpe ou soco em ucraniano).
Klitschko apontou o empresário como a opção ideal para disputar a presidência do país. "Proponho apoiar Petro Porochenko como candidato único das forças democráticas às eleições presidenciais", acrescentou.
O ex-pugilista, de 42 anos, adiantou que pretende se candidatar à prefeitura de Kiev, cargo ao qual já concorreu duas vezes, sem sucesso. Klitschko vinha desempenhando um papel de liderança nos protestos contra o ex-presidente deposto Viktor Yanukovytch.
Petro Porochenko pretende oficializar sua candidatura em breve. O empresário é dono da fábrica de doces Roschen, além de uma emissora de TV. O chamado "rei do chocolate" é considerado o principal financiador da oposição, sendo um dos dez homens mais ricos da Ucrânia. Com 48 anos, Porochenko tem fortuna estimada pela revista Forbes em 1,6 bilhões de dólares.
Porochenko contra Timoshenko
De acordo com as últimas pesquisas, Porochenko possui as melhores chances na próxima eleição. Atualmente, ele conta com cerca de 25% das intenções de votos. Klitschko tinha apenas 9%.
O empresário já tem experiência no governo. Entre 2009 e 2010 ele foi ministro do Exterior. Em 2012, no governo de Yanukovytch, Porochenko foi, por um breve período, ministro da Economia.
Com a decisão de Klitschko, as chances de uma vitória da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko, de 53 anos, diminuíram. Ela, que anunciou sua candidatura na quinta-feira, estava atrás do ex-boxeador nas pesquisas, com cerca de apenas 8% das intenções de votos.
Após sair da prisão, a figura de proa da Revolução Laranja de 2004 não consegue ganhar pontos na preferência do eleitorado. Controversa, Timoshenko, em suas declarações mais recentes, preferiu polarizar a tentar um tom mais reconciliatório.
Há poucos dias, a líder da Revolução Laranja estampou as manchetes internacionais, devido a uma gravação telefônica divulgada na internet, na qual pronuncia ameaças de morte contra Vladimir Putin, dizendo que seria capaz de pegar uma metralhadora e atirar na cabeça do presidente russo.
MD/afp/lusa/dpa