Independência
17 de fevereiro de 2008Nove anos após a guerra que assolou a província do Kosovo, o primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaci, anunciou que "nós, líderes de nosso povo e eleitos democraticamente, declaramos o Kosovo um Estado independente e soberano".
O Estado recém-proclamado, de acordo com o Parlamento, deverá se posicionar em prol da paz e da estabilidade na região. Seis parlamentares, entre eles um sérvio, boicotaram a votação.
"Orgulho pela liberdade"
Thaci afirmou em discurso que o Kosovo está, "a partir de hoje, orgulhoso de ser independente e livre". Os habitantes da região, segundo ele, "nunca deixaram de acreditar que um dia iríamos pertencer ao grupo de nações livres deste mundo".
Thaci salientou que os kosovares não pretendem nunca mais estar sob governo sérvio. "Queremos nos tornar membros da União Européia", completou o primeiro-ministro. Em Pristina, milhares de pessoas foram às ruas comemorar a autonomia da região.
O presidente sérvio, Boris Tadic, declarou que Begrado "jamais vai reconhecer a independência do Kosovo". Também Moscou se opôs à proclamação. O futuro da região ainda precisa ser discutido, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores.
UE discute a questão
A União Européia deverá discutir o assunto durante o encontro dos ministros do Exterior dos 27 países-membros do bloco, que acontece nesta segunda-feira (18/02), em Bruxelas. Segundo informam diplomatas, espera-se "discussões acirradas" durante a reunião.
Entre os países europeus que resistem em reconhecer a independência do Kosovo estão aqueles que enfrentam problemas com grupos étnicos minoritários, como o Chipre, a Grécia, a Espanha, a Eslováquia e a Romênia.
A maioria dos países da UE, porém, se posiciona em prol da independência do Kosovo. Dos 2 milhões de kosovares, 90% são de origem albanesa. Aproximadamente 100 mil habitantes da região são sérvios. (sv)