Coreia do Norte
28 de setembro de 2010O chefe de governo da Coreia do Norte, Kim Jong-il, apresentou o filho mais novo como seu sucessor no poder. Kim Jong-un foi promovido a general de quatro estrelas nesta terça-feira (28/09), na abertura da maior conferência do partido comunista norte-coreano em 30 anos. O gesto é interpretado por observadores como um primeiro passo do jovem em direção à liderança do governo e do partido.
Já o pai, Kim Jong-il, de 68 anos, foi confirmado na posição de secretário-geral do partido, apesar de sua saúde debilitada devido a um acidente vascular cerebral que teria sofrido em 2008.
No congresso anterior, em 1980, Kim Jong-il havia sido nomeado herdeiro político de seu pai, chegando ao poder em 1994, após a morte de Kim Il-sung.
Jovem e despreparado
Os analistas destacam ainda a nomeação de Kim Kyoung-hui, irmã de 64 anos do líder norte-coreano, também a general de quatro estrelas. Ela é casada com Jang Song-thaek, considerado o número dois no ranking de poder no país.
Ambos estão agora em posições que lhes permitem atuar como conselheiros de Kim Jong-un, caso o pai morra antes de este estar preparado a assumir o poder. Observadores políticos consideram Kim Jong-un muito jovem e inexperiente para assumir de imediato a liderança do país.
"É surpreendente que este grande anúncio, feito em uma conferência do partido, diga respeito a um cargo militar, e não partidário", ressalta Marcus Noland, especialista em Coreia do Norte no Peterson Institute for International Economics em Washington. "Isso prova a importância dos militares, hoje, no governo da Coreia do Norte."
Estudo na Suíça
Kim Jong-un nasceu em 1983 ou 1984, e é filho de Ko Yong-hi, bailarina e terceira esposa de Kim Jong-il, que teria morrido há seis anos de câncer de mama, segundo a imprensa.
Aparentemente, Kim Jong-un foi educado sob nome falso em uma escola internacional de Berna, na Suíça, até 1998. Segundo o semanário suíço L'Hebdo, ele abandonou a escola aos 15 anos de idade, sem completar os estudos. Seus colegas de classe o descreveram como tímido e introvertido, e que gostava de esquiar e jogar basquete.
Kim Jong-un ainda não aparecera no cenário político, embora desde o ano passado haja indícios de que se converteria na terceira pessoa da dinastia Kim a governar a Coreia do Norte.
Em Berlim, o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, não quis se manifestar sobre o assunto. "Não posso me posicionar sobre os acontecimentos internos [da Coreia do Norte]. Isso tem de ser observado", disse o chefe da diplomacia alemã, salientando que a Alemanha continua "com uma clara posição a favor da democratização e da abertura da Coreia do Norte".
RW/dpa/rtd
Revisão: Simone Lopes