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Venezuela e Cuba sofrem ataques em cúpula latino-americana

19 de setembro de 2021

Governantes dos dois países têm legitimidade democrática questionada em encontro realizado no México. Brasil se retirou do grupo neste ano, não tendo participado da reunião.

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Ativista põe bandeiras de Cuba e Venezuela em banco de praça durante protesto
Ativista usa bandeiras de Cuba e Venezuela em protesto contra participação de líderes dos dois países na cúpula da CelacFoto: Ginnette Riquelme/AP Photos/picture alliance

Venezuela e Cuba serviram de pontos de atrito durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) realizada neste sábado (18/09) no México, após os presidentes de Paraguai e Uruguai terem questionado a legitimidade democrática de seus homólogos Nicolás Maduro e Miguel-Díaz-Canel.

Os atritos na reunião começaram quando o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, insistiu que não reconhece Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, que estava sentado a poucos metros dele.

"Digo ao presidente do Paraguai: marque data, lugar e hora para um debate sobre democracia no Paraguai, Venezuela e América Latina!", respondeu Maduro em seu discurso no plenário da cúpula.

Por sua vez, o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, advertiu que seu governo não mudou sua posição em relação à Venezuela, com a qual rompeu relações após reconhecer Juan Guaidó quando este se proclamou presidente em 2019.

"Minha presença nesta cúpula em nenhum sentido ou circunstância representa o reconhecimento do governo do senhor Nicolás Maduro. Não há nenhuma mudança por parte do meu governo e creio que é de cavalheiros dizer isso logo de cara", afirmou em seu discurso.

Da mesma forma, o governo colombiano rejeitou a participação de Maduro na cúpula do Celac, através de uma nota divulgada pelo seu Ministério do Exterior.

Já o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, afirmou que participar da cúpula da Celac não significa ser "complacente" com países onde "não há uma democraia plena".

“O aparato repressivo é usado para silenciar os protestos, quando os oponentes estão presos”, disse Lacalle, acrescentando que "voz calma, mas firme, devemos dizer com preocupação que vemos seriamente o que está acontecendo em Cuba, Nicarágua e Venezuela", se referindo a denúncias de violações dos direitos humanos nesses países.

Ausência do Brasil

O encontro do organismo internacional, composto por 33 países, não teve a presença do Brasil, que anunciou sua saída da Celac , após o governo do presidente Jair Bolsonaro ter ignorado apelos do México – que assumiu este ano a presidência da Celac – para que o país voltasse a participar ativamente do organismo.

Entre os motivos para a decisão brasileira estariam os fatos de o governo Bolsonaro na ver com bons olhos a participação de Cuba na entidade e de a representação da Venezuela ser composta de membros do governo do presidente Nicolás Maduro.

A Celac foi fundada em fevereiro de 2010, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reunindo quase todos os países da Organização dos Estados Americanos (OEA), com exceção dos EUA e do Canadá.

md (EFE, AFP)