Laranja, bege e abricó nas Olimpíadas 2004
14 de julho de 2004Diz-se que "o hábito faz o monge". Mas infelizmente não faz campeões olímpicos: por mais chiques que sejam, os novos uniformes para o desfile e o lazer dos alemães não melhoram suas chances nos jogos que começam em 13 de agosto na Grécia.
A Associação Alemã de Atletismo (DLV), por exemplo, tem bons motivos para temer um fiasco pior que o do Campeonato Mundial de 2003, em Paris: no momento não tem nenhum candidato sério a ouro, em compensação diversos atletas com lesões. Ao que tudo indica, os alemães se limitarão mesmo a fazer boa figura no quesito indumentária.
A coleção olímpica foi apresentada no início de julho na caserna Kurmainz, nas proximidades de Mainz, capital da Renânia-Palatinado. Abricó, laranja e branco são as cores dominantes nos trajes femininos de desfile e lazer. Os homens apostam no bege, variado com camisas listradas ou camisas pólo coloridas.
Além de estar na moda, os trajes têm que ser sobretudo funcionais. O remador Sebastian Thormann, um dos 20 esportistas e modelos que desfilaram em Kurmainz, comenta: "As roupas são bem apropriadas para o calor que nos espera em Atenas. Em especial os sapatos: eles têm mais ar do que pano".
70 mil peças para 1100 participantes
Para evitar eventuais reclamações, desta vez também havia atletas como Katrin Kauschke (hóquei) e Christian Keller (natação) na comissão que decidiu as cores e modelos. E parece que realizaram bom trabalho: os colegas confirmam que terão prazer em usar as roupas, mesmo após os Jogos Olímpicos.
É verdade que nenhum Armani ou Joop está vestindo os olímpicos alemães. Porém as damas puderam escolher à vontade na coleção de Betty Barclay, enquanto os cavalheiros optaram pela marca Bäumler. Até 10 de agosto, os soldados da caserna terão distribuído mais de 70 mil peças de roupa, para vestir 1100 esportistas e funcionários, inclusive os participantes das Paraolimpíadas.
Adidas é a fornecedora oficial de equipamentos para os atletas alemães, ao lado dos calçados Sioux. Palmilhas de todo tipo ficam a cargo da equipe ortopédica da Bauerfeind, sediada em Zeulenroda, Turíngia. E como a esperança é a última que morre: "Queremos estar entre as nações mais bem-sucedidas em Atenas. Para isso é preciso se sentir bem na própria roupa", comenta o presidente do Comitê Olímpico alemão (NOK), Klaus Steinbach.