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Leilão arrecada 130 mil euros por quadro de Hitler

22 de novembro de 2014

Ditador nazista pintou aquarela em 1914, quando tentava se firmar como artista. Quadro foi leiloado com nota fiscal original da venda, em 1916.

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Foto: Reuters/Kai Pfaffenbach

Uma aquarela pintada por Adolf Hitler em 1914 foi leiloada por 130 mil euros neste sábado (22/11) em Nuremberg, na Alemanha. O quadro foi adquirido por um comprador anônimo do Oriente Médio, segundo informou a casa de leilões.

Katrin Weidler, proprietária do local, contou que 12 pessoas, também da Ásia e da América, fizeram ofertas pela obra. Ela, no entanto, ficou surpresa com o valor arrematado. "Nós esperamos bastante, mas não essa quantia", disse.

O alto valor se deve provavelmente ao fato de o quadro ter sido leiloado junto com nota fiscal original da venda da obra datada de 25 de setembro de 1916, segundo Weidler.

A aquarela intitulada Standesamt und Altes Rathaus München (Registro Civil e Antiga Prefeitura de Munique) é uma das cerca de 2 mil obras que Hitler pintou entre 1905 e 1920, quando lutava para se firmar como artista.

Antes do leilão, Weidler foi questionada sobre a crítica de que leiloar quadros de Hitler, considerados de valor artístico limitado, seria algo controverso eticamente. A leiloeira respondeu que as críticas deveriam ser encaminhadas às vendedoras da peça – duas irmãs alemãs com cerca de 70 anos.

Parte do valor será doada

O quadro foi comprado em Munique em 1916 pelo avô das irmãs. Além da nota fiscal original, a aquarela foi vendida com uma nota de Albert Bormann, chefe da chancelaria de Hitler.

As irmãs decidiram doar 10% do valor arrecadado para uma instituição de caridade que cuida de crianças com deficiência, de acordo com Weidler.

Leilões de quadros de Hitler acontecem com frequência. Cinco pinturas leiloadas anteriormente obtiveram entre 5 mil e 80 mil euros.

Em sua autobiografia Mein Kampf (Minha Luta), o ditador nazista escreveu que suas esperanças de se tornar artista plástico foram destruídas pelas contínuas rejeições da Academia de Belas Artes de Viena.

CN/dpa/rtr/afp