Lufthansa e governo alemão acertam pacote de ajuda
26 de maio de 2020O governo da Alemanha e a Lufthansa chegaram a um acordo nesta segunda-feira (25/05) sobre um aguardado pacote de resgate para ajudar uma das maiores companhias aéreas da Europa a superar a crise gerada pela pandemia de covid-19.
O pacote, de 9 bilhões de euros, ainda precisa ser aprovado tanto pela Comissão Europeia quanto pelo Conselho de Administração e pela Assembleia Geral da Lufthansa.
Se receber luz verde, o acordo prevê que o governo alemão passe a controlar 20% das ações da empresa, podendo ainda aumentar sua cota para 25% mais uma ação, no caso de uma tentativa de compra por uma terceira parte. O objetivo é proteger milhares de empregos.
"Antes da pandemia de coronavírus, a companhia operava de modo saudável e lucrativo e tinha boas perspectivas para o futuro", afirmou o Ministério alemão da Economia em nota, ao anunciar o pacote de resgate. Nesta segunda-feira, as ações da empresa fecharam em alta de 7,5%.
A Lufthansa receberá ainda um empréstimo de três anos no valor de 3 bilhões de euros do banco estatal KfW e de instituições bancárias privadas.
"Isso [o acordo de resgate] evitará que a empresa seja vendida", disse o Ministro da Economia, Peter Altmaier, acrescentando que ajudará a salvar milhares de empregos.
O governo, que reservou 100 bilhões de euros para resgatar empresas atingidas pela crise do coronavírus, disse que planeja vender sua parte na Lufthansa no final de 2023.
"Quando a empresa estiver bem novamente, o Estado venderá sua fatia e, esperamos, com um pequeno lucro que nos coloque em posição de financiar os muitos pedidos que temos de atender agora, não apenas em relação a esta empresa", disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz.
As condições para o pacote de ajuda incluem a abdicação de futuros pagamentos de dividendos e limites na remuneração do quadro administrativo. O governo ainda ocupará duas vagas conselho administrativo da aérea.
A Lufthansa sofreu enormes prejuízos financeiros após as proibições de viagens impostas em várias partes do mundo para conter a disseminação da doença. Em abril, a empresa perdeu em torno de um milhão de euros por hora, segundo seus diretores. No momento, em torno de 95% de sua frota permanece parada.
No último fim de semana, a companhia declarou que planeja dobrar a quantidade de aviões em atividade para cerca de 160, com a remoção gradual das restrições em alguns países. Entretanto, a maioria de suas cerca de 760 aeronaves permanecerá em terra.
O governo alemão vem há décadas reduzindo sua participação em várias empresas, mas se mantém como um dos principais acionistas de antigas companhias de monopólio estatal, como Telekom e Deutsche Post, os correios alemães. Berlim também possui 15% das ações do Commerzbank, que adquiriu durante a crise financeira global de 2008.
Outras grandes companhias aéreas, como a franco-holandesa Air France-KLM e as americanas United e Delta Airlines, também já buscaram a ajuda de seus governos para superar os efeitos da pandemia.
RC/rtr/dpa/afp
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