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Lufthansa quer comprar Swiss

(sm)14 de março de 2005

A compra da Swiss pela Lufthansa já está no papel, mas ainda tem que ser aprovada pelo governo suíço, detentor de 32% das ações da companhia em crise e grato por não ter mais que injetar capital para salvá-la.

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Fusão deverá começar com compra da participação de 14% de pequenos acionistasFoto: AP

O setor europeu de aviação civil terá uma nova grande incorporação: a Lufthansa vai comprar a Swiss, companhia suíça abalada pela crise. O plano é de encampamento total, mas inicialmente a empresa alemã pretende comprar a cota dos acionistas pequenos. O modelo administrativo a ser adotado após a fusão ainda deverá passar pelo crivo dos respectivos conselhos fiscais e dos grandes acionistas da Swiss.

Após a fusão, a Swiss deverá continuar funcionando com autonomia, conforme garantiu a Lufthansa, destacando a importância de manter o vínculo com o tráfego aéreo suíço e a marca Swiss. Em Zurique, a companhia será integrada à rede de vôos internacionais, algo que a Swiss dificilmente teria conseguido viabilizar sozinha, segundo avaliam especialistas do setor. A Lufthansa, por sua vez, com sua experiência em centros de intenso tráfego aéreo, como Frankfurt e Munique, terá mais facilidade de atingir esta meta.

Preço simbólico para grandes acionistas

Além disso, segundo noticiou a imprensa suíça, a Swiss poderá prosseguir seu atual ritmo de saneamento econômico. Tudo indica, no entanto, que os planos acertados entre ambas as companhias envolvidas no negócio e os acionistas da empresa encampada poderão desencadear conflitos com os sindicatos do setor. O jornal suíço Sonntagszeitung informou que a Lufthansa exige da Swiss uma redução anual de despesas superior a 190 milhões de euros.

Atualmente, 14% das ações da Swiss se encontram nas mãos de pequenos acionistas. Isso corresponde a 7,35 milhões de ações. Para este contingente, a Lufthansa pretende tomar a cotação média das semanas anteriores como base de pagamento. Analistas calculam que isso deverá somar 38,7 milhões de euros.

Por outro lado, os grandes acionistas − sobretudo o Estado suíço (União, cantões e municípios), com uma participação de 32%, e os bancos UBS e Credit Suisse − deverão receber por suas ações um mero valor simbólico. Em compensação, eles não precisarão mais arcar com as injeções de capital necessárias para sanear a Swiss.

Ações da Lufthansa e Swiss em alta

Inicialmente, a companhia aérea suíça em crise pretendia se fundir com a British Airways, razão pela qual rejeitara uma proposta da Lufthansa em 2003. Mas as negociações com a companhia britânica fracassaram. Após ser comprada pela Lufthansa, a Swiss fará parte da maior aliança aérea internacional, Star Alliance.

Nesta segunda-feira (14/03), os grandes acionistas do Estado suíço deverão ser informados sobre o estágio das negociações. De acordo com a imprensa suíça, o governo em Berna, interessado no fechamento do negócio, já debateu o assunto a portas fechadas. O conselho administrativo da Lufthansa deverá se ocupar do assunto no próximo dia 22. Até esta data, a companhia pretende manter em sigilo os detalhes do negócio.

Frankfurt
Bolsa de Valores de FrankfurtFoto: DW

A sedimentação dos planos de encampamento da Swiss pela Lufthansa repercutiu positivamente no mercado financeiro. As ações da Lufthansa foram cotadas no início desta segunda-feira a 11,34 euros na Bolsa de Frankfurt, o que corresponde a uma alta de 1,52%. As ações da Swiss tiveram uma alta de 15% na Bolsa de Zurique, por sua vez, sendo cotadas a 11,95 francos suíços. Na sexta-feira (11), as crescentes especulações acerca da fusão das companhias aéreas tinham elevado em 20% as ações da Swiss em Zurique.

Com a fusão da France e da holandesa KLM, nasceu a maior companhia aérea européia. Segundo a análise de especialistas, a Europa ainda deverá viver mais fusões no setor, pois inúmeras pequenas empresas aéreas nacionais dificilmente conseguirão se manter economicamente viáveis diante da acirrada concorrência.