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Lufthansa repassa voos de curta duração à subsidiária Germanwings

11 de outubro de 2012

Cortes para concorrer com empresas de baixo custo levam à reestruturação da companhia aérea alemã. Enquanto subsidiária assume voos de curta e média distância, Lufthansa fica com os de longa duração.

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Foto: Reuters

A Lufthansa vai usar sua subsidiária Germanwings para enfrentar a concorrência na área de vôos de baixo custo. Segundo a companhia aérea alemã anunciou nesta quinta-feira (11/10), a partir de 2012, a matriz irá se concentrar nos vôos de longa distância, partindo de Frankfurt, Munique e Düsseldorf, enquanto a sua subsidiária Germanwings se encarregará dos voos curtos e domésticos.

O objetivo da empresa é sair do vermelho até 2015, afirmou o presidente da Lufthansa, Christoph Franz. Ele ressaltou que fundamental para o sucesso da Germanwings dentro dessa nova estrutura é continuar a operar com baixos custos. O objetivo é entrar forte na competição com as empresas Easyjet e Ryanair.

Presidente Christoph Franz
Presidente Christoph FranzFoto: picture-alliance/ dpa

As mudanças acarretarão em perdas salariais para os funcionários, o que deixou em alerta o sindicato dos tripulantes de cabine Ufo. "As negociações poderão fracassar", teme Nicole Baublies, chefe da organização. Ela espera chegar a um acordo com a empresa até domingo (14/10). Se o consenso não for possível e a segurança trabalhista não for garantida, certamente ocorrerão demissões, afirma Baublies.

Germanwings será a alternativa para os vôos mais curtos

Há também uma controvérsia interna na Lufthansa referente à realocação de 30 aeronaves Airbus e suas tripulações para a subsidiária Germanwings, como forma de cortar custos. A justificativa da empresa é que a Lufthansa vem há anos obtendo grandes prejuízos nos vôos de curta duração na Europa, ao mesmo tempo em que lucra com os vôos de longa distância.

"Cada empresa irá trabalhar de modo independente", afirmou o presidente. A Lufthansa continuará sendo uma marca de excelência nos vôos de longa distância, enquanto a Germanwings será a alternativa para os vôos mais curtos. O comando na subsidiária continua o mesmo, com o CEO Thomas Winkelmann.

A Lufthansa adotou esse novo modelo de gerenciamento devido à acirrada competição das empresas aéreas de baixo orçamento. Nas rotas de curta duração, os prejuízos chegavam todo ano a centenas de milhões. Também a Germanwings enfrentava problemas, segundo Franz. Desde 2005, fechou apenas uma vez em saldo positivo. Franz ressaltou que a subsidiária deverá vender suas passagens na mesma faixa de preço das concorrentes, com tarifas até 40% mais baixas do que as da Lufthansa.

Funcionários têm três opções

O sindicato Verdi, o sindicato dos tripulantes de cabine Ufoe a associação de pilotos Cockpit temem pelo futuro dos funcionários. "Exigimos maiores informações sobre o futuro do grupo como um todo", declarou Christine Behle, da presidência do sindicato Verdi.

Symbolbild Lufthansa germanwings
Foto: AP/dpa/DWMontage

Há de fato uma disparidade nas remunerações, funcionários da Germanwings recebem significativamente menos do que os da Lufthansa. Os comissários de bordo chegam a receber 40% a menos, enquanto os pilotos ganham 20% a menos em relação aos seus colegas da Lufthansa. Para equiparar isso, eles teriam que aumentar a jornada de trabalho.

A conversão irá afetar 800 tripulantes de cabine e aproximadamente 300 pilotos. Segundo o administrador do segmento de passageiros da Lufthansa, Carsten Spohr, os funcionários têm três opções: "Aceitar a transferência para a Germanwings, mudar-se para as unidades da empresa em Frankfurt ou Munique, ou pedir demissão".

RC/dpa/rtr/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer