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Lufthansa suspende metade dos voos devido ao coronavírus

6 de março de 2020

Aérea alemã anuncia medida para se adequar às atuais demandas, em meio a reduções "drásticas" nas reservas e uma série de cancelamentos de voos a locais afetados pelo surto. Casos já passam de 100 mil em 90 países.

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Placar mostra série de voos cancelados
Lufthansa corta voos após se intensificarem os efeitos da disseminação global de covid-19Foto: Reuters/R. Orlowski

A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou nesta sexta-feira (06/03) que reduzirá pela metade suas operações nas próximas semanas, enquanto enfrenta "reduções drásticas nas reservas de passagens e inúmeros cancelamentos de voos" em consequência do surto de coronavírus em vários países.

"A capacidade operacional será reduzida em até 50% nas próximas semanas", diz um comunicado da empresa, acrescentando que a medida se deve à necessidade de adequação das demandas. A decisão afeta também as subsidiárias da Lufthansa, como Eurowings, Swiss, Brussels Airlines e Austrian Airlines.

O anúncio dos cortes veio após se intensificarem os efeitos da disseminação global da doença covid-19. Os voos para a China e o Irã estão suspensos até o final de abril, enquanto restrições impostas por Israel à chegada de pessoas não residentes de alguns países da União Europeia (UE) levaram a diretoria da Lufthansa a cancelar todos os voos para o país até 28 de março.

Quase um quinto da frota da Lufthansa deixará de voar, sendo que 150 aeronaves já estão nos hangares, incluindo 25 aviões que fazem voos de longa distância.

Uma parte significativa dos cancelamentos afetará voos domésticos de alta frequência para cidades como Berlim ou Hamburgo, e para os centros de operação da empresa em Frankfurt e Munique. Nesses dois aeroportos, a Lufthansa cogita ainda deixar em solo todos os 14 Airbus A380 – o maior avião de passageiros do mundo.

O "segundo foco nos cancelamentos de rotas" é a Itália, incluindo cidades como Milão, Veneza e Roma. Outros países europeus também serão afetados.

Anteriormente, a empresa havia informado que a suspensão de 25% de suas operações significaria 7,1 mil cancelamentos em toda a Europa, até o final de sua tabela de inverno, em 28 de março.

A Lufthansa suspendeu novas contratações de pessoal e ofereceu licenças não remuneradas para seus funcionários, além de considerar diminuir as horas trabalhadas para evitar demissões. A companhia alemã afirma que ainda não é possível estimar os prejuízos em razão do coronavírus.

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) alertou recentemente que o impacto no setor da aviação deverá ser de entre 63 e 100 bilhões de dólares.

A medida vem num momento em que as infecções pelo novo coronavírus ultrapassam a marca de 100 mil casos em todo o mundo. A doença já chegou a 90 países e matou quase 3.400 pessoas, enquanto mais da metade dos contaminados se recuperou. Na China, epicentro do surto, o número de casos vem retraindo.

RC/afp/rtr

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