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Líder de gangue preso no México pode estar ligado a sequestro de alunos

18 de outubro de 2014

Três semanas após o desaparecimento de 43 estudantes, polícia mexicana prende chefe de tráfico, supostamente envolvido no caso. Enquanto os estudantes continuam desaparecidos, cresce a ira da população.

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Proteste in Acapulco, Mexico
Milhares protestaram em Acapulco em prol da volta dos estudantesFoto: picture alliance / AP Photo / Eduardo Verdugo

De acordo com o Ministério Público mexicano, o líder da gangue de traficantes Guerreiros Unidos, Sidronio Casarrubias Salgado, foi preso junto a um dos seus companheiros mais próximos, durante um controle na autoestrada entre a Cidade do México e Toluca, na última quinta-feira. Com eles, armas e veículos foram apreendidos. Os suspeitos estão sendo agora interrogados por promotores encarregados do crime organizado.

A atual prisão deverá fazer avançar as investigações, declarou o procurador-geral Jesús Murillo Karam, nesta sexta-feira (17/10). Murillo Karam disse que Casarrubias nega ter ordenado o assassinato dos estudantes. No entanto, o procurador-geral disse que o chefe dos traficantes teria sido informado sobre os assassinatos, mas não tomou nenhuma providência para evitá-los.

Desde o desaparecimento de 43 alunos de uma universidade mexicana, no final de setembro, foram presos 17 membros da gangue Guerreiros Unidos e 36 policiais suspeitos de estarem envolvidos no caso.

Drogas e assassinatos

Após uma ação de coleta de doações na cidade de Iguala, no estado de Guerrero em 26 de setembro, os 43 estudantes universitários teriam tomado o controle de diversos ônibus públicos para voltar à sua universidade. Em seguida, a polícia abriu fogo e matou seis pessoas. Aparentemente os estudantes foram então entregues aos Guerreiros Unidos, grupo que supostamente tem estreitos laços com a polícia local.

Mais tarde, noves valas comuns foram encontradas. Murillo Karam informou na terça-feira, no entanto, que os 28 corpos encontrados nas valas, no início de outubro, não pertencem aos estudantes. Nesse meio-tempo, seis outras valas comuns foram encontradas perto do local, mas os corpos ainda estão sendo investigados.

Mais de 1.200 policiais estão à procura dos estudantes universitários. No México, onde a violência das gangues de tráfico cresce a cada ano, o caso provocou uma onda de indignação e protestos, em parte, violentos.

Protesto em Acapulco

Nesta sexta-feira, milhares de pessoas protestaram em Acapulco em prol dos desaparecidos. Muitos dos manifestantes estavam mascarados. Eles tomaram as ruas da cidade turística aos gritos de "vivos eles foram sequestrados, vivos queremos eles de volta". Os manifestantes exigiam a renúncia do governador de Guerrero, Ángel Aguirre. Eles o acusam de negligência na apuração do caso.

Já na quinta-feira, centenas de estudantes e professores iniciaram a ocupação de prefeituras no estado de Guerrero, para forçar as autoridades a agirem. O desaparecimento dos estudantes lança uma luz sobre a situação no estado mexicano, em que, muitas vezes, a polícia, autoridades e gangues de traficantes agem em conjunto.

Entre outros, suspeita-se que membros do grupo Guerreiros Unidos tenham assassinado os estudantes a pedido da esposa do prefeito de Iguala, José Luis Abarca, na tentativa de impedir uma ação de protesto durante um discurso da esposa do prefeito, que estava programado para acontecer no dia seguinte à morte dos estudantes.

O prefeito e sua esposa, como também o chefe de segurança de Iguala estão foragidos. Nesta sexta-feira, o Parlamento estadual de Guerrero destituiu Abarca de seu cargo.

CA/dpa/afp