Crise na Líbia
29 de julho de 2011O chefe militar dos rebeldes líbios, Abdel Fattah Younis, foi morto por um tiro durante um incidente, informou o movimento opositor ao ditador Muammar Kadafi nesta quinta-feira (28/07).
A notícia foi divulgada quando o Conselho Nacional de Transição (CNT) comunicava novas operações no oeste do país e comemorava o maior reconhecimento internacional. As circunstâncias exatas da morte ainda não foram esclarecidas.
Mustafa Abdel Jalil, líder dos rebeldes, declarou que Younis foi morto juntamente com dois guarda-costas depois de ter sido chamado para voltar ao combate. "A pessoa que o matou foi capturada", afirmou. Younis teria sido morto quando estava a caminho de Bengasi, onde foi chamado para responder a questões militares.
Ao lado do ditador
O general foi, durante alguns anos, oficial das forças de Muammar Kadafi e, portanto, não tinha a confiança de todos os líderes do movimento rebelde. Younis participou do golpe de 1969, que colocou Kadafi no poder e, mais tarde, tornou-se ministro do Interior. Em fevereiro último, o general abandonou as forças de Kadafi para se juntar aos rebeldes.
A morte de Younis aconteceu depois de os rebeldes terem atacado Ghezaia, cidade próxima à fronteira com a Tunísia, até então controlada por Kadafi. Os rebeldes disseram que as forças do ditador deixaram o local assim que a ofensiva começou.
Segundo observadores internacionais, a morte do chefe militar pode demonstrar a existência de um profundo racha dentro do movimento que tenta acabar com o domínio de Kadafi na Líbia.
Status da revolução
Depois de oferecer 100 milhões de euros aos rebeldes, Berlim estaria pronta para oferecer ao CNT uma representação na capital alemã. A informação foi publicada nesta sexta-feira no jornal Berliner Zeitung, mas não confirmada pelo Ministério de Relações Exteriores.
Um dia depois do Reino Unido, Portugal reconheceu nesta quinta-feira o movimento rebelde como representante do povo líbio. O movimento espera ganhar acesso aos milhões de Kadafi congelados em diversas contas no exterior. Londres liberou 91 milhões de libras ao grupo, e a Áustria pretende descongelar 1,2 bilhão de euros e disponibilizar a soma aos rebeldes.
Até então, o movimento opositor tenta levantar fundos com a venda de petróleo, mas está impedido de retirar novos carregamentos do solo devido à guerra civil. O último navio com a carga partiu de Bengasi para a Itália, colocando fim ao estoque até então mantido pelos rebeldes.
NP/dpa/rts/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer