Líderes condenam "ataque à liberdade e à Europa" em Bruxelas
22 de março de 2016As explosões que abalaram Bruxelas nesta terça-feira (22/03), deixando mais de 30 mortos e 180 feridos, suscitaram reações de pesar e indignação por todo o mundo. Unânime é a evocação dos valores democráticos e libertários e a percepção do terrorismo como ameaça global contra a qual a Europa e o mundo devem se unir.
Da capital cubana, Havana, onde está em visita, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou: "Precisamos estar juntos, independentemente de nacionalidade, raça ou fé, para lutar contra o flagelo do terrorismo. Podemos e vamos derrotar os que ameaçam a estabilidade e segurança das pessoas de todo o mundo." Em conversa telefônica com o primeiro-ministro belga, Charles Michel, o democrata americano ofereceu seus pêsames e o apoio de seu país na caça aos responsáveis pelos crimes.
Atualmente na Jordânia, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, declarou tratar-se de "um dia muito triste para a Europa". Ela se emocionou e foi às lágrimas quando comentou os atentados. O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, declarou-se "abalado com os atentados a bomba no aeroporto Zaventem e no distrito europeu de Bruxelas, que custaram a vida de inocentes e feriram muitos outros". A UE "assume a responsabilidade de auxiliar Bruxelas, a Bélgica e a Europa como um todo contra a ameaça terrorista perante a qual todos nós estamos", assegurou.
Num telegrama de condolências ao arcebispo de Bruxelas, o papa Francisco condenou a "violência cega" na capital belga e sede da UE, expressando sua "profunda simpatia" pelas vítimas e respectivas famílias.
François Hollande, presidente da França – palco dos traumáticos atentados em série em 13 de novembro de 2015, que custaram 130 vidas – observou: "A França e a Bélgica estão unidas pelo horror que mais uma vez partilhamos. Estamos diante de uma ameaça global que exige que respondamos em nível global. A guerra contra o terrorismo deve ser travada em toda a Europa e com os meios necessários, sobretudo no setor dos serviços de informações."
O chefe de governo francês, Manuel Valls, reforçou: "Estamos em guerra, há vários meses sofremos atos de guerra." Por esse motivo, se faz necessária uma "mobilização constante".
O porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Seibert, expressou a solidariedade de Berlim às vítimas, acrescentando que "os repulsivos ataques em Bruxelas aproximam a todos nós". O presidente Joachim Gauck transmitiu suas condolências ao rei Philippe da Bélgica e prometeu: "Vamos defender os nossos valores europeus, a liberdade e a democracia."
Segundo o vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, "o terror não vai fazer a Europa se afastar dos valores da humanidade, abertura e liberdade". Para o chefe da Casa Civil Peter Altmaier "os terroristas não podem vencer nunca", pois "os valores da Europa são mais fortes do que o ódio e a violência".
O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, condenou severamente os atos. Eles "visaram o coração da Europa e, em sua perfídia criminosa, se dirigiram contra pessoas indefesas". Uma comissão de crise está deliberando no Ministério do Exterior em Berlim, em contato estreito com as autoridades da capital belga.
Para o chefe de Estado da Itália, Sergio Mattarella, "o que está em jogo não é apenas a liberdade, mas também o futuro da convivência humana". O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, acusou: "Isso é homicídio premeditado. Bruxelas, a Bélgica, a Europa foram atingidas em seu mais profundo âmago."
O chefe de governo da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou que "a unidade dos democratas na UE será sempre mais forte do que a barbárie e a injustiça. O terrorismo não conseguirá nos derrotar". Seu homólogo na Irlanda, Enda Kenny, registrou que "mais uma vez a Europa foi atacada": "Estamos do lado da Bélgica. Quem apela para a morte e a violência tem que ser e será vencido."
O premiê da Grécia, Nikos Kotzias, também manifestou pesar: "Pranteamos os mortos e nos comprometemos a uma vitória contra o terror, através da democracia." No espírito do slogan de solidariedade "Je suis Charlie", acrescentou: "Nous sommes tous des bruxellois".
Falando aos deputados de seu partido conservador islâmico AKP, o chefe de governo da Turquia, Ahmet Davutoglu, declarou: "Eu condeno os ataques [...] que mais uma vez mostraram o caráter global do terrorismo." Na sequência dos atentados na capital turca, Ancara, que mataram mais de 160 cidadãos desde outubro de 2015, no último sábado uma detonação suicida na metrópole Istambul resultou em cinco mortos e 39 feridos.
AV/afp/epd/rtr/dpa