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Líderes militares condenam "insurreição" nos EUA

13 de janeiro de 2021

Maior autoridade militar do país, Estado-Maior Conjunto sai em defesa da Constituição e condena invasão do Capitólio por apoiadores de Trump. Presidente é alvo de pedido de impeachment por "incitar insurreição".

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Invasão do Capitólio
Invasão do Capitólio por apoiadores de Trump em 6 de janeiro resultou em cinco mortesFoto: Leah Millis/REUTERS

O Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, a maior autoridade militar do país, divulgou uma declaração nesta terça-feira (12/01) condenando os atos de violência durante a invasão do Capitólio por apoiadores do presidente Donald Trump ocorrida na semana passada.

No texto, os líderes de todas as corporações militares do país, juntamente com o general de mais alta patente dos EUA, Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, afirmam que os incidentes do dia 6 de janeiro em Washington são "incompatíveis com o Estado de direito".

"Os direitos de liberdade de expressão e de reunião não dão a ninguém o direito de recorrer à violência, sedição e insurreição", diz a declaração.

Os comandantes ressaltaram que quaisquer tentativas de "perturbação à ordem constitucional" não estariam apenas em contradição com as tradições e valores do país, "mas também são contra a lei".

General Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA
General Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUAFoto: Getty Images/C. Somodevilla

O documento reconheceu a vitória do democrata Joe Biden na eleições presidenciais de novembro, o que Trump insistiu em contestar com base em alegações não comprovadas de fraude. "No dia 20 de janeiro de 2021, em pleno acordo com a Constituição [...] o presidente eleito Biden tomará posse e se tornará nosso 46º comandante em chefe."

Os líderes militares pediram aos homens e mulheres que servem às Forças Armadas que se mantenham focados na missão de salvaguardar o país. "Honramos seu serviço contínuo na defesa de cada americano", diz a declaração.

Alguns militares veteranos participaram da invasão do Capitólio, a sede do Congresso americano, incluindo uma mulher que foi baleada e morta pela polícia, mas o texto não fez referência a isso.

Temores de violência armada na posse de Biden

Autoridades de segurança e a Guarda Nacional preparam as estratégias de segurança para o dia da posse de Biden, em meio a temores de que apoiadores armados de Trump possam realizar novos atos de violência na capital e em outros pontos do país.

As Forças Armadas não participarão das operações de segurança. Entretanto, relatos na imprensa americana afirmam que o Serviço Secreto trabalha em conjunto com os militares para averiguar a necessidade de verificar os antecedentes dos soldados que farão parte da Guarda Nacional, responsável pela proteção de Biden no dia da posse.

Segundo impeachment de Trump

Trump é alvo de um pedido de impeachment apresentado pela oposição democrata na Câmara dos Representantes. Ele é acusado de "incitar insurreição" ao convocar seus apoiadores a atacar a sede do Congresso americano.

A Câmara votou na noite desta terça por pedir formalmente ao vice-presidente, Mike Pence, que use a 25ª Emenda, que declara Trump incapaz para o cargo, para afastar imediatamente o presidente. Pence rejeitou a ideia antes mesmo do início do debate, abrindo caminho para os deputados seguirem adiante com o processo de impeachment nesta quarta-feira.

Os democratas se dizem convencidos de que, ao contrário do que aconteceu no primeiro processo de destituição de Trump, no início de 2020, desta vez, republicanos na Câmara dos Representantes e no Senado também apoiarão a remoção do presidente do seu cargo. 

Se o Senado aprovar a destituição, o presidente perde os seus poderes de imediato. Ele será substituído pelo vice-presidente até a tomada de posse de Biden. O Senado poderia subsequentemente votar se deve impedir Trump de concorrer a cargos políticos.

RC/dpa/ap/rtr